terça-feira, 6 de maio de 2014

Ontem alguém no meu trabalho me perguntou: – E aí, ainda vai votar na Dilma? by Gerson Carneiro



Ontem alguém no meu trabalho me perguntou: – E aí, ainda vai votar na Dilma?
Eu apenas respondi que sim. E a pessoa retrucou: – Sem comentários.
Oras, no meu trabalho há uma pessoa fazendo estágio. Ela tem 45 anos de idade, é mulher, é negra, é pobre. Mora em uma favela, e está cursando Direito em faculdade particular. Direito, curso que há pouco tempo apenas ricos cursavam.
Qual governo proporcionou isso?
Essa estagiária é a minha razão de continuar votando na Dilma, no Lula, no PT. E sentir orgulho.
Detalhe: essa estagiária, quando há concursos, ela pega a caixa de isopor e vai para a porta das faculdades vender água, refrigerante, suco e cerveja.
Ela me contou que em uma ocasião recente um advogado se aproximou e disse-lhe: – Você cursa Direito e não tem vergonha de estar aqui vendendo cerveja?
Tal como a mim, ela também respondeu apenas com uma palavra: – Não.
São pessoas, como esse advogado (e não por ser advogado) que a questionou, que geralmente não gostam do PT. Porque sentem desconforto em ver uma negra, pobre, moradora da favela, vendedora de refrigerante, dividindo a mesma faculdade.
Não tenho disposição e não perco tempo em explicar minhas razões de votar na Dilma para pessoas hipnotizadas pela imprensa que acreditam que as prisões de José Dirceu e José Genoíno significam o máximo da justiça no cambate à corrupção.
Não. Observo casos concretos ao meu redor, no meu dia a dia.
O governo federal do PT pode ter o defeito que for, mas foi o que mais se aproximou de um ideal de justiça social. Não há nenhum outro que se iguale ou supere o PT nesse quesito.
O Aécio Neves por exemplo, já anda dizendo que se eleito adotará medida impopulares. E o guru dele declara que o salário mínimo está muito alto.

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