terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Presidenta Dilma na cova dos leões


Dilma vai ao pré-velório da Folha

Reproduzo artigo de José Augusto, publicado no blog "Os amigos do presidente Lula":



O jornalão Folha de São Paulo chega aos 90 anos em clima de velório: em decadência nas vendas, recentemente perdeu o posto de jornal de maior circulação do Brasil.



Ontem, na segunda-feira à noite, o jornalão resolveu fazer uma solenidade alusiva à data.



Tomou a Sala São Paulo emprestada do governo paulista, convidou diversas autoridades eclesiásticas em ato ecumênico para "benzer" o jornalão da decadência e, cortejando o poder, convidou políticos, juízes, banqueiros e personalidades dos mais variados segmentos, desde o Juiz Fausto De Sanctis, passando pelos presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, prefeito, governador, ministros, ex-presidentes da República, parlamentares, demo-tucanos com e sem mandato, como FHC e Serra, e até a presidenta Dilma.



A presença da presidenta gerou polêmica na blogosfera acostumada a combater o demo-tucanismo do jornalão do PIG (Partido da Imprensa Golpista).



A história é semelhante ao copo d'água pela metade. Os pessimistas dizem que o copo está meio vazio, e os otimistas dizem que o copo está meio cheio. Da mesma forma, os pessimistas vêem a presidenta cedendo ao jornal, mas os otimistas tem confiança o suficiente para verem o contrário: o jornal se rendendo à Dilma, submetendo o curral eleitoral demo-tucano dos leitores do jornal, ao discurso dela.



Não que isso vá mudar a natureza dos donos do jornal e nem da grande maioria de seus assinantes, mas postura de estadista impõe respeito aos adversários e esvazia críticas sem fundamento e desarma o discurso golpista e lobista.



Com este gesto, Dilma respondeu à intolerância com a tolerância, combateu o preconceito ao não descriminar adversários preconceituosos; impôs a supremacia da razão e civilidade sobre o discurso do ódio. E desmentiu no próprio jornalão todo aquele noticiário da Folha que a demonizava como se fosse uma ameaça à democracia e a liberdade de expressão, entre as quais a liberdade de imprensa. Tomou essa bandeira perante os leitores do PIG, o que desarma as resistências lobistas contra um novo marco regulatório e democratização dos meios de comunicação.



O PIG precisará elevar o nível da discussão sobre liberdade de imprensa, para sair do jornalismo corrupto de lobismo empresarial por oligopólios, e submeter-se aos interesses republicanos da nação.



Além disso, se uma minoria dos leitores tiver seus olhos abertos para ver que o discurso do ódio demo-tucano alimentado pelo PIG é tão falso como uma nota de 3 reais, já terá valido a pena.



É preciso lembrar que reacionários só se informam através do PIG, e mesmo os filhos mais novos destes, adeptos da internet, continuam se informando nos portais do PIG. Ao terem contato com uma imagem de Dilma que eles nunca quiseram enxergar, usando as flores da razão para vencer os canhões do PIG, os mais inteligentes e sensíveis acabam refletindo um pouco, passam a ler o PIG com olhar mais crítico, e acabam por buscar o contraditório quando a notícia vem embrulhada em plumagem tucana.



É preciso lembrar que, em São Paulo e Minas Gerais, o PIG ainda consegue ser influente. Nas últimas eleições em São Paulo, Alckmin não seria eleito governador no 1º turno, se poucos votos virassem. Por isso, mais importante do que sectarismos improdutivos, é conquistar terreno para abrir novos horizontes.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

RAPOSÕES DO PIG NO CONGRESSO SE ARTICULAM PARA TOMAR CONTA DO GALINHEIRO NA REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA


O novo Marco regulatório das Telecomunicações já desperta movimentação no Congresso, mesmo antes do Ministério das Comunicações concluir sua elaboração.

As pessoas envolvidas no assunto tem a percepção clara de que parlamentares donos de rádios e TVs criarão dificuldades para mudanças na lei.

Um dos pontos previstos no projeto, que enfrentará resistências, é a proibição de parlamentares serem concessionários de rádio e TV, já previsto na Constituição, mas sem regulamentação clara.

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta uma bancada do PIG de mais de 100 parlamentares, donos de canais de rádio e TV, direta ou indiretamente (através de parentes ou "laranjas").

O líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), manifesta otimismo:

"Há uma chiadeira dos proprietários dos conglomerados de comunicação, mas a matéria não pode ser mais adiada... A bancada de radiodifusão é cerca de 1/5 do Congresso, mas resta 4/5, e não quer dizer que este 1/5 seja todo contrário a mudanças, se elas forem boas para o País".

Porém há quem questione se o poder de fogo do PIG (imprensa golpista) contrário à regulamentação, se restrinja a 1/5 do Congresso. Boa parte dos parlamentares, mesmo não sendo donos, foram ou são radialistas, apresentadores, comentaristas, etc, e são fiéis adeptos dos patrões ou ex-patrões.

Outro tanto de parlamentares, sobretudo com origem no tucanato, não são donos, nem radialistas, mas são agentes dos barões da mídia, em uma relação de troca, onde uma mão lava a outra: o PIG ganha o voto no Congresso nas matérias corporativistas de seu interesse, e o parlamentar, em troca, ganha um "salvo conduto" no noticiário, poupando-o de matérias negativas, e enaltecendo-o positivamente.

Raposas já rondam o galinheiro

A bancada do PIG, já age como raposas em busca de tomar conta do galinheiro, ocupando posições na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, que trata do assunto.

O deputado Arolde de Oliveira (DEMos/RJ) é dono de uma emissora de rádio, e é contra vir a ser obrigado a vender ou devolver sua concessão. Ele se declara contrário a um novo marco regulatório amplo e defende pequenos ajustes na legislação de rádio e TV, para adaptá-la às inovações tecnológicas e apenas regular questões como a propriedade cruzada dos meios de comunicações.

Mesmo sendo dono de rádio, o deputado do DEMos se considera "isento" para elaborar regras a que ele deveria estar submetido, e pretende ser reconduzido à Comissão de Ciência e Tecnologia, da qual fazia parte na legislatura anterior.

Outro que pretende integrar a Comissão de Ciência e Tecnologia, é o agora deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), aquele do mensalão tucano, e autor de um projeto para implantar um AI-5 digital na internet.

Azeredo também defende que parlamentares possam ser proprietários de emissoras, se limitando a criticar a concentração. O tucano afirma que já foi dono de uma pequena rádio, mas não é mais. (Com informações da Ag. Câmara)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“Regimes ditatoriais são fundamentais para o equilíbrio dos EUA”


por Luciana Lima, repórter da Agência Brasil, via Vermelho
 
Embora ainda se considere cedo para analisar as relações entre as recentes revoltas populares, a combinação entre a rapidez da comunicação no mundo globalizado, o empobrecimento relativo de algumas regiões da Europa e até mesmo a resistência do mundo ocidental ao programa nuclear iraniano têm influenciado diretamente a “onda democratizante” nos países árabes.
 
Para o professor Carlos Eduardo Vidigal, doutor em Relações Internacionais e professor de História pela Universidade de Brasília (UnB), é certo que há um “efeito dominó” influenciado por esses e outros fatores, mas é incerto o futuro desses países e a nova configuração geopolítica do mundo árabe. “São anos de regimes autoritários, muitos deles contando com a simpatia norte-americana. Há um choque entre a manutenção desses regimes e o mundo globalizado, com tamanha velocidade de informações”, comentou.

O primeiro governo a ruir diante das manifestações populares foi o da Tunísia, que hoje está sob um governo de transição. As revoltas culminaram com a deposição do presidente Zine El Abidine Ben Ali, que foi obrigado a deixar o país após 23 anos no poder. No Egito, os protestos levaram à renúncia o presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.
 
Neste domingo (13), em mais um “Dia da Raiva”, manifestantes no Yemen exigiram a saída imediata do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos. Abdullah Saleh já anunciou que não diputará as eleições presidenciais em 2013, mas os manifestantes querem sua renúncia imediata, como fez o presidente do Egito.
 
Na Argélia, mais de 3 mil argelinos se concentraram na Praça Primeiro de Maio, pela redemocratização do país, no entanto a polícia conseguiu impedir que os manifestantes percorressem as ruas da cidade contra o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, que governa o país desde 1999. O movimento de oposição argelino já está organizando uma marcha para o próximo sábado (19).
 
Para Vidigal, as redes sociais representam um fato novo com grande influência nesse processo. “O uso das redes sociais para as mobilizações, sem dúvida alguma, é um fato novo, como também é um fato novo o surgimento de democracias verdadeiramente populares”, destacou o professor.
 
“No Brasil, por exemplo, temos uma democracia que coexiste com a miséria, com muitos grupos empobrecidos. A princípio, vejo essas revoltas como algo positivo. A expectativa é que isso se transforme em uma melhor distribuição de renda. Mas é preciso ficar atento porque o povo nas ruas não agrada muito a qualquer governo, nem mesmo aos regimes democráticos”, criticou.
 
Nesse contexto, para o professor, os Estados Unidos têm muito a perder com uma reconfiguração do mundo árabe. “Os atuais regimes ditatoriais são fundamentais para o atual equilíbrio dos Estados Unidos. Um exemplo disso é o que ocorre na Arábia Saudita. Além da questão econômica, essas revoltas também podem despertar um sentimento de nacionalismo contrário aos Estados Unidos, o que seria contraproducente para os negócios norte-americanos.”

As sanções internacionais ao programa nuclear iraniano influenciaram as revoltas, na opinião de Vidigal, ao criarem a simpatia dos povos árabes ao programa do país persa. “Há o seguinte questionamento: Por que outros países puderam desenvolver seus programas nucleares, e até mesmo chegar ao artefato atômico, sem sofrerem pressão do Conselho de Segurança da ONU, liderado pelos Estados Unidos, França e Grã Bretanha?”, analisou. “Existe um sentimento de solidariedade com o Irã, mesmo não sendo um país árabe”, destacou.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PT é uma das mais originais construções partidárias do mundo, diz Emiliano



O deputado federal Emiliano José (PT-BA) fez uma saudação ao Partido dos Trabalhadores, que completa hoje (10) 31 anos de existência, durante entrevista para a Rádio Jacuípe AM, da região do Sisal da Bahia. Segundo ele, o PT é uma das mais originais construções partidárias do mundo.

"Começamos a partir dos anos 1980 como um partido de esquerda, socialista e democrático. A democracia é sempre assegurada no partido. As decisões são sempre colegiadas. Chegamos, em 2002, à presidência da república, uma responsabilidade e honra muito grande para o PT. Com o sucesso do Governo Lula temos muito a comemorar. E, agora, mais ainda, com a eleição de Dilma Rousseff", acentuou.

Na opinião de Emiliano, Dilma tem estilo próprio de governar e é muito correta nos caminhos a seguir no que ele denomina o 3º mandato do mesmo projeto. "Ela vai continuar com o combate à miséria, à desigualdade. Vai seguir o mesmo caminho de Lula, que mudou pra melhor a vida de mais de 60 milhões de pessoas, tirando cerca de 30 milhões da miséria. Mas tudo com a sua forma de governar".

 DEPUTADO FEDERAL EMILIANO JOSÉ (PT-BA)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E o DEMo tá indo para o mármore do inferno.

Deputado ACM Neto vai liderar o rebotalho do DEM na Câmara Federal


 
Não vai a lugar algum. O deputado federal baiano ACM Neto (DEM) derrotou seu colega do Paraná, Eduardo Sciarra, na disputa pela liderança do partido na Câmara por 27 a 16 votos. A vitória de Neto é a mesma do grupo do presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, a ala que apóia Aécio Neves. Perdeu a ala ligada a Serra, a turma do Jorge “vamos derrotar a raça do PT” Borhausen.


O jornalista Fernando Rodrigues, na Folha (29/01/2011), publicou interessante artigo sobre o "Partidocídio do DEM". Segundo ele, "nascido das oligarquias, sem ligação orgânica com um setor da base da sociedade, o DEM parece ter optado por um partidocídio (...)não importa quem seja o líder na Câmara. A legenda sairá mais fraca. Lula disse uma vez desejar extirpar o DEM. Sem querer, foi premonitório”.

O DEM é uma legenda em decadência. Em 1998 (ainda como PFL) elegeu 105 deputados federais. Em 2002 elegeu 83 deputados. Em 2006, elegeu 65 deputados e em 2010 apenas 43.

A Bahia rejeitou o DEM. Em 1998, eram 20 deputados federais, em 2002 eram 19, em 2006 caíram para 13 e, agora, em 2010 foram eleitos apenas 6 deputados federais. E ainda acumulou a fragorosa derrota de José Carlos Aleluia ao Senado. ACM Neto lidera na Câmara Federal um partido de perdedores.

Os civis que apoiaram a ditadura militar (e seus flhotes) vão para a lata de lixo da história. Só para finalizar, o DEM nasceu da antiga ARENA, o partido da ditadura militar. Depois virou PDS, depois PFL e, como diz Fernando Rodrigues “numa tentativa patética de melhorar a imagem, transmutou-se em Democratas”.

É essa bancada patética que ACM Neto vai liderar.
Ops, mas, Aécio e Serra não são do PSDB? É isso mesmo. O outrora poderoso DEM, herdeiro das legendas que sustentavam a ditadura militar, não tem projeto próprio, está em plena decadência e se consome em disputar qual tendência do PSDB vai apoiar. Um típico partido-satélite.

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