quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Lula e o elitismo subalterno da Folha de São Paulo

FRAUDES NA MATEMÁTICA DAS PESQUISAS


Do site: http://www2.tijolaco.com/ de Brizola Neto.

Caros amigos e amigas,

Não costumo enviar mensagens reproduzindo textos de outras pessoas, mas neste caso considerei apropriada a reflexão.

Neste momento acabo de ver que a Pesquisa CNI / IBOPE (29 de setembro) difere dos resultados do Datafolha de ontem.

O texto abaixo é curto e vale a leitura.

Um abraço,

Márcio

Qualquer aluno do ensino médio ou até dos últimos anos do ensino fundamental conhece as regras de arredondamento de casas decimais.

É tão claro que até o Manual de Redação da Folha diz : “para arredondar, siga estas duas regras práticas: a) Concentre-se na casa seguinte à que se pretende manter;b) Arredonde para cima os algarismos 5, 6, 7, 8 e 9; os restantes (1, 2, 3 e 4), para baixo”

Mas parece que o manual da Folha não serve para pesquisas eleitorais.

Na pesquisa apresentada hoje no jornal, Dilma aparece com 46% na pesquisa estimulada, Serra com 28% e Marina com 14%. Brancos, nulos, indecisos ou não sabem/não responderam são 11%.

Portanto o universo de votos válidos é de 89% do total, considerando a fração dos demais candidatos que não chega a 1%, mas que é voto válido. É simples fazer as contas. 46 sobre 89 (100% dos válidos, portanto) dá 51, 685%. Na regra de arredondamento, 52%. Mas a Folha “arredonda” para baixo: 51%.

Serra, com 28% de respostas estimuladas tem sobre os mesmo 89%, 31,46% do total de votos válidos. No arredondamento de qualquer estudante, 31%. Mas, na Escolinha do Professor Tavinho Frias, vira 32%.

Com Marina não erra: os seus alegados 14% representam 15,73% dos válidos e é correto arredondá-los para 16%.

Com esta “pequena regrinha especial”, a comparação entre Dilma e a soma de Serra e Marina fica em 3 pontos.

Se usados os números exatos, dá 4,495%

E com a regra de arredondamento estabelecida pelo manual, 5% (52, contra 31 de Serra e 16 % de Marina, ou 52 menos 47%)

A Folha, agora, usa as regras da conveniência, não as do seu manual.

A matemática da Folha anda igual à sua “imparcialidade”.

Portanto, eu coloquei estes quadrinhos da historinha “Pedro e seus amigos” para ajudar o pessoal da Barão de Limeira a fazer contas “certinho”


terça-feira, 28 de setembro de 2010

A GRANDE ARTE DO PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA



Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:

A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c

Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p


Comprove os fatos:



 
E-mail disparado às 15h47 de ontem da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência pede apoio ao recém-lançado Manifesto em Defesa da Democracia, e diz que Lula está usando a máquina pública em favor da candidatura de Dilma.
 
E reforço a campanha do canditado tucano José Serra com o dinheiro público. A cinco dias da eleição, o governador Alberto Goldman (PSDB-SP) comanda hoje dois eventos que materializam promessas de Serra: inaigurações. Aquelas que José Serra vem falando em seu programa de TV e em entrevistas.

Do Blog: APL 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ANTECIPAMOS AS NOVAS DENUNCIAS, DO PIG (Partido da Imprensa Golpista), CONTRA DILMA NA ULTIMA SEMANA ANTES DAS ELEIÇÕES. FIQUE PREPARADO!

Essas denúncias são "sérias" e precisam ser investigadas.



  • Folha afirma que Dilma planeja a invasão aos Estados Unidos

  • Investigação francesa revela que Dilma embriagou motorista da Princesa Diana no dia de sua morte.

  • Veja: Dilma colocou remédio na água da Vanusa antes dela cantar o hino nacional.

  • Folha: Dilma tem ligações com as Farc, Ferc, Firc,Forc e Furc

  • Folha de São Paulo: Há 100 dias não chove por culpa de Dilma. Serra a critica e diz que vai solucionar o problema.

  • Capa policial: Dilma é acusada pela prisão de ventre e toda sua turma!

  • Folha de São Paulo: Descoberta participação de Dilma nos atentados de 11 de setembro.

  • Estado de Minas revela: Dilma não quer transposição do mar para Minas Gerais.

  • Escândalo: Os sete ganhadores da Mega Sena pertencem a campanha de Dilma.

  • Época revela: Dilma seria culpada pelo excesso de peso do jogador Ronaldo

  • Marina denuncia 2 crimes ecológicos de Dilma: devastação de Serra e extinção de tucanos.

  • Denúncia da revista IstoÉ: Neto de Dilma nasce violando sigilo de Veronica Serra! PSDB pede impugnação do nascimento do moleque!.

  • Manchete Veja: Dilma é criminosa: mandou cortar a perna do saci pererê.

  • Folha: Dilma envenenou a maçã da Branca de Neve.

  • O Globo - exclusivo: Foi Dilma quem entregou o dinheiro a Judas Escariotes.

  • Exclusivo Veja: Dilma afundou o Titanic e agora ameaça afundar o Serranic!

  • PSDB denuncia: Dilma é acusada de interferir no romance de Tiririca com Florentina de Jesus.

  • Fontes seguras da Folha confirmam que Dilma, quando era das Farc, matou John Lennon!

                                    A MULHER MAIS PODEROSA DO MUNDO

                                    Reproduzo o artigo do jornal inglês “The Independent”, originalmente publicado no Brasil pela “CartaMaior”.

                                    ===

                                    por Hugh O’Shaughnessy, no ”The Independent”

                                    A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.

                                    Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

                                    Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

                                    A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

                                    Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

                                    Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

                                    Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.

                                    Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.

                                    A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.

                                    Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

                                    Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

                                    Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

                                    Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

                                    A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.

                                    Tradução: Katarina Peixoto

                                    domingo, 26 de setembro de 2010

                                    DILMA NO COMÍCIO DE PORTO ALEGRE FALOU: "RECOMPRAMOS O PEDAÇO DA PETROBRAS QUE OS TUCANOS VENDERAM, E AINDA LEVANTAMOS O DINHEIRO PARA INVESTIR NO PRÉ-SAL"


                                    O PAÍS DO FUTURO.

                                    "Brasil ficará mais forte se trabalhar com Rússia, Índia e China"



                                    "O Brasil ficará muito mais forte se trabalhar com a Rússia, China e Índia na construção de uma alternativa para o Banco Mundial e para o FMI. É preciso criar sua própria estratégia de desenvolvimento para ficar livre da estratégia neoliberal que falhou. Juntos, vocês podem criar uma alternativa e preservar suas riquezas em vez de deixar que seja explorada pelo Norte", diz o economista Michael Hudson, em entrevista à Carta Maior. "Brasil deve agir na defesa de seus interesses. Essa é a única forma de ter influencia", acrescenta.

                                    Cláudia Guerreiro - Especial para Carta Maior

                                    Severo crítico das políticas econômicas desenvolvidas pelos Estados Unidos e Europa para os países emergentes, o economista norte-americano Michael Hudson explica em entrevista à Carta Maior o seu ponto de vista para o desenvolvimento brasileiro no mundo pós-crise.

                                    Como funciona a economia dos países emergentes no mundo pós-crise?

                                    MICHAEL HUDSON: As categorias usadas em estatísticas refletem uma teoria econômica. As pessoas acham que as estatísticas são empíricas, mas na verdade elas refletem categorias teóricas e a maior parte das teorias econômicas reflete o interesse econômico de uma classe por uma nação. Assim, por exemplo, o conceito do Produto Interno Bruto (PIB) presume que todos são igualmente capazes de produzir e que todos recebem pelo trabalho e não algo como renda pessoal.

                                    Porém, os economistas clássicos dividiram a economia entre as economias reais que se tem hoje: a economia de produção e de consumo e o setor rotier, RAMTA, FIRE (em inglês, Finança, Seguros e Especulação Imobiliária, em contraposição aos setores produtivos da economia). Então, os economistas clássicos dividiriam o índice nacional do PIB e produtos em produção e overheads (demanda). Mas, na verdade, o PIB é composto por rendimentos resultantes do trabalho. É como se Wall Street, os financistas e os locatarios ganhassem seu dinheiro por oferecer um serviço: emprestar dinheiro, financiar e alugar imóveis. No entanto, se levarmos em conta os 200 anos de economia clássica, veremos que juros e aluguel são demandas e não produtos. Daí a confusão entre investimento e produção.

                                    Nesse contexto, as teorias de Benjamin Litworth, foram linguisticamente importantes. Ele dizia que as pessoas são moldadas pela linguagem que usam. Se a linguagem tem um conceito que prevê que todos são produtivos, isso significa que ninguém vai ganhar um “almoço grátis”. A Escola de Chicago diz que não existe “almoço grátis”. No entanto, a maioria das economias hoje visa a conseguir um “almoço de graça”. Essa é a tragédia da maioria das economias atuais.

                                    Cada vez mais atividades financeiras estão voltadas para relacionar crédito e dívida para recursos de produção, para tornar rendimento em juros, aluguel em juros e o rendimento das pessoas em juros. É extrativo, não é produtivo. Então o conceito entre extração e produção é um exemplo de como palavras são importantes para moldar sua visão de mundo.

                                    Para onde os conselhos de desenvolvimento deveriam se voltar?

                                    MH: Eu acho que agora o foco deveria ser os países que compõem o BRIC porque eles fazem parte de uma classe diferente. O resto do mundo, especialmente os EUA e também a Inglaterra e a Europa, querem criar créditos livres para estabelecer uma relação entre o crédito e todos os seus recursos. Querem fazer isso com florestas, minas, e indústria. Assim, o BRIC está em uma posição que precisa de alternativa para o alinhamento entre Europa e a América do Norte

                                    Em outra palavras, EUA e Europa estão prejudicados por juros. O mercado imobiliário, especialmente, está em crise. Os países do BRIC são os únicos que ainda não foram atingidos pela crise. Então algumas pessoas dizem: olhe, ainda há espaço para extrair mais dinheiro deles.

                                    O Brasil ficará muito mais forte se trabalhar com a Rússia, China e Índia na construção de uma alternativa para o Banco Mundial e para o FMI. É preciso criar sua própria estratégia de desenvolvimento para ficar livre da estratégia neoliberal que falhou. Juntos, vocês podem criar uma alternativa e preservar suas riquezas em vez de deixar que seja explorada pelo Norte.

                                    Como os Estados Unidos se posicionam frente a este movimento?

                                    MH: Os EUA farão tudo que puderem para se opor a esta independência. Em 1962, conversei com o presidente Kubitschek depois que ele deixou a presidência. Ele foi à Nova York e explicou que havia sido tirado do poder pelos Estados Unidos. Os EUA não vão deixar nenhum país tomar conta de seus próprios recursos, assim como não deixaram nenhum país desenvolver a habilidade de se auto-sustentar. Por isso o Brasil deve ser completamente independente. Vimos o que os EUA fizeram no Irã. Quando o país quis gerir o próprio petróleo, os Estados Unidos puseram o xá no poder, apoiando o mais reacionário movimento islämico.

                                    O mesmo se passou no Afeganistão: quando eles tentaram secularizar e dar poder às mulheres, os americanos criaram a Al-Qaeda e financiaram a organização e o islã fundamentalista durante a luta. Os EUA vão fazer tudo que puderem para combater o Brasil, assim como a Europa, porque eles querem a riqueza do país para eles.

                                    E se o Brasil quiser ser independente, eles entenderão isso como um ataque! Se os países dizem que querem ser livres, eles dizem que isto é escravidão para uma ideia não-americana. Por isso é preciso se livrar dos ideais americanos de liberdade, porque o que eles afirmam ser liberdade, outros países chamam de sofrimento! O que eles estão fazendo é retroceder a economia e a sociedade para um padrão cultural que restabeleça tudo que o século XIX pensou ter se livrado.

                                    Antes, a dominação de um país pelo outro era feita militarmente, hoje acontece pela economia. A conquista financeira é bem parecida com a militar: visa a tomar o território de outro país, neste caso criando uma dívida e fazendo com que ele pague juros. O controle da indústria de um país é o controle da oferta americana. Não por meio do pagamento de tributos, mas pelo pagamento de juros e dividendos em aluguel. A justificativa para isso? É assim que o mundo funciona. Acontece que o mundo não funciona assim e cabe ao Brasil e aos demais países do BRIC criarem uma alternativa e dizer: temos uma ideia diferente de como o mundo deveria funcionar. Não precisa ser dessa forma.

                                    Como o Brasil pode ter maior participação nas decisões econômicas globais?

                                    [bMH: Agindo em defesa de seus interesses. Você não precisa que outras pessoas aprovem o que está fazendo. Esta é a única maneira de se ter influência. O desafio é seguir seu próprio caminho e não tentar ser popular com os americanos, com o Banco Mundial ou com o FMI, mas dizer: nós temos recursos que podem tornar todos os brasileiros ricos, e vamos desenvolver pesquisas para os brasileiros, não para os banqueiros e investidores americanos ou europeus. Vamos trabalhar com outros paises para criar o tipo de mundo que os livros de economia dizem ser a favor: investimento no aumento do padrão de vida. Faremos isso do nosso modo.

                                    Notem que os conselhos dados pelos EUA para os outros países não equivalem ao método adotado por eles para enriquecer. Os Estados Unidos prosperaram no século XIX através de terror protecionista, do investimento do governo em infraestrutura. Eles ficaram ricos e se tornaram a indústria dominante no mundo através da não-privatização de seus recursos, mas investindo em estrutura pública para diminuir os custos quando se trata de fazer negócios.

                                    O Brasil deveria dizer que seu objetivo é diminuir os custos de fazer negócios para se livrar de despesas desnecessárias. E despesas desnecessárias são o que os economistas chamam de juros imobiliários e overheads. Os brasileiros podem abrir seu próprio caminho assim. Se um investidor estrangeiro decidir investir no Brasil, ele vai estabelecer um subsidiário financeiro, fará um empréstimo para si próprio, grande o suficiente para absorver todos os lucros e juros, e depois vai dizer que não tem nenhum lucro, então não tem de pagar nenhum tributo fiscal ao Brasil.

                                    O país deveria tirar os juros de adaptabilidade, trocar as taxas de trabalho e de indústria por outras sobre uso da terra e pesquisa. O Brasil deveria ter taxas de pesquisa, como foi discutido na Austrália recentemente e como se pensou em fazer na Rússia no fim dos anos 90. As taxas de pesquisa são uma forma de manter o excedente de produção econômica do Brasil, em lugar da lei atual defendida pelos EUA e pelos liberais que determina que se dê permissão para as companhias privadas explorarem as suas riquezas. O Brasil está dando isso para os investidores estrangeiros, em vez de trazer investimentos para seu próprio país.

                                    Neste contexto, o que representa a expressão Governança Global?

                                    MH: A palavra governo vem do verbo impulsionar. Quer dizer, como a economia mundial vai ser impulsionada. Obviamente, tem sido impulsionada em duas direções diferentes. Os chineses têm um provérbio: quem tenta tomar dois caminhos de uma vez só vai ter um quadril quebrado. É preciso escolher qual rumo tomar e ter coragem de seguir seu caminho de desenvolvimento.

                                    O que o Brasil pode aprender com isso?

                                    Pode aprender como os EUA ficaram ricos no século XIX, depois da Guerra Civil e não como eles estão dizendo que vocês devem fazer agora. Estudando como a Inglaterra se tornou a sede da Revolução Industrial nos séculos XVII e XVIII, através do mercantilismo, do protecionismo e por se opor aos juros financeiros e imobiliários, se livrando dos vestigios do feudalismo. Assim como a batalha das economias clássicas na Europa de 800 anos, combatendo a conquista de suas terras por exércitos estrangeiros, por bancos estrangeiros cobrando juros!

                                    Então o Brasil tem que se livrar do colonialismo. Um dos problemas foi o latifúndio e o problema de divisão de terras provocado por ele. Outro foi o fato de o Banco Mundial ter incentivado o Brasil a se tornar exportador, em vez de alimentar algumas pessoas. Assim como a Rússia, a China e a Índia estão se voltando mais para alimentar a própria população, o país deveria usar sua terra para plantar grãos e alimentar sua população em vez de importar os alimentos.

                                    Para seguir seu próprio caminho você deve ser economicamente independente. Isso foi o que os EUA fizeram e pode-se dizer que os EUA são o único país no mundo que de fato defendeu seus interesses econômicos. Não há nada de errado nisso, há ônus e bonus, mas o que é bizarro é que os outros países não tenham tentando defender seus próprios interesses. Se isso ocorresse, haveria outros países em posição de atuar como iguais e o Brasil teria uma economia justa, que cresceria bem mais rápido.

                                    quinta-feira, 23 de setembro de 2010

                                    MINISTRO GILMAR MENDES ARQUIVA AÇÕES CONTRA PRIVATIZAÇÕES DE FHC/SERRA

                                    Ações contra privatização da Vale são anuladas (JOGADAS NO LIXO)



                                    publicada quinta-feira, 23/09/2010 às 10:46 e atualizada quinta-feira, 23/09/2010 às 10:40




                                    Gilmar Mendes susta ações judiciais contra privatização da Vale

                                    Numa decisão unipessoal, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o andamento de dezenas de ações que visavam anular a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. A decisão atende um pedido da empresa, hoje um poderoso grupo privado.



                                    O ministro alega que a companhia demonstrou a “plausibilidade de ocorrência de tumulto processual e violação ao princípio da segurança jurídica, com a prolação de inúmeras decisões conflitantes sobre a mesma questão”.



                                    Curiosa concepção de processo jurídico, em que a manifestação da sociedade através de ações aceitas por instâncias do Judiciário é considerada por um membro singular da Suprema Corte, em atenção ao pedido de uma companhia privada, algo que provoca “tumulto processual”.



                                    Como se sabe, a Vale era uma companhia estatal de grande lucratividade e desempenhava papel estratégico em prol do desenvolvimento nacional. Ocupava as primeiras posições entre as maiores mineradoras do mundo. Foi privatizada pelo governo entreguista e vende-pátria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, no auge do neoliberalismo.



                                    A privatização da Vale, um ato lesivo aos interesses nacionais, despertou na época forte oposição. Em todo o país ocorreram manifestações de protesto contra a venda da estatal, que se somava ao festival de entreguismo e corrupção que foram as privatizações das estatais durante o governo FHC de triste memória para os patriotas deste país. O ato de lesa-pátria desencadeou aquilo que se chamou na época de “guerrilha jurídica”, representada por mais de uma centena de ações contra a venda da estatal.



                                    A ex-deputada federal pelo PCdoB do Pará, Socorro Gomes, que liderou em nome da bancada comunista e de muitas entidades do movimento nacional, popular e democrático a campanha contra a privatização da Vale, considera errada a decisão do ministro do STF: “A privatização da Vale foi um ato lesivo aos interesses nacionais, um atentado contra a economia do país. Foi patente a sub-avaliação da empresa e evidente a negociata entre o governo de turno e os poderosos grupos econômicos interessados privatização. A sociedade se manifestou contrária à privatização e se cidadãos e movimentos organizados acionaram a Justiça, esta tem que conduzir e julgar os processos até o fim e não se render sem maior discussão à pressão de um grupo privado”.



                                    No que se refere ao valor de venda da Vale – 3,3 bilhões de reais – , o Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília decidiu que deveria ser realizada perícia para averiguar a correção do valor mínimo de venda das ações da Vale. A decisão foi contestada pela companhia. Ao julgar o recurso o Superior Tribunal de Justiça (STJ) chegou a um empate.



                                    No auge dos embates na Justiça (2006), a então deputada federal, Dra. Clair, do PT do Paraná, argumentava: “A Vale era um complexo industrial com 54 empresas, maior produtora e exportadora de minério de ferro do mundo, com concessão de duas das maiores ferrovias do planeta e hoje vale quase 100 bilhões de reais. Este patrimônio não foi avaliado”.



                                    Socorro Gomes agrega:”As reservas de minério de ferro foram sub-avaliadas, não foi avaliada a inteligência acumulada da companhia e as mais de 30 empresas coligadas e subsidiárias. O dinheiro pago só dava para comprar os navios que a Vale possuía”. Socorro Gomes faz ainda uma denúncia: “A União cedeu, sem aprovação do Congresso, mais de 812 mil hectares de terras à Vale. Uma flagrante ilegalidade”.



                                    Por seu turno, José Batista de Oliveira, da Direção Nacional do MST declarou: “O povo brasileiro sofreu um roubo sem precedentes na história recente do país com a privatização da Vale, foi um grande crime de lesa-pátria. Mais uma vez, Gilmar Mendes se coloca como o principal defensor das classes dominantes no Judiciário: já se posicionou contra sem-terras, quilombolas, aposentados e, agora, conseguiu desprezar os direitos de todos os brasileiros de uma só vez.”

                                    A GLOBO TENTOU ESCONDER MAIS UM ESQUEMA TUCANO

                                    FHC E JOSÉ SERRA 4% X 95% LULA E DILMA

                                    José Serra tenta o golpe convocando o cansei das dondocas enfadadas e sonegadores de impostos



                                    Vocês já repararam que a imprensa está dando o tom do golpe?. Note que em todas as matérias publicadas na Folha durante a semana, inclusive as manchetes, ditaram o tom a ser usado no programa eleitoral de TV do candidato José Serra (PSDB)

                                    A mídia convocou durante toda campanha eleitoral a turninha do cansei. E hoje, eis que meia dúzia de desocupados anunciaram que vão ressuscitar o velho partido dos golpistas lançando um manifesto em "defesa da democracia" (Aqui) O ato foi organizado por advogados ligados ao PSDB.A PM calculou que cerca cem pessoas participaram do evento



                                    Quem são os patéticos tucanos cansados?..."Cansei" é um termo muito usado por dondocas enfadadas em algum momento das vidas enfadonhas que vivem, disse certa vez Cláudio Lembo



                                    Veja quem assina o manifesto.Nomes conduzido por figuras conhecidas que sempre possuíram e possuem uma visão elitista do país e da sociedade.



                                    01. Hélio Bicudo - (Jurista, deixou o PT em 2005, apóia Marina Silva)
                                    02. D. Paulo Evaristo Arns
                                    03. Carlos Velloso - (Ex-ministro do STF, indicado por Collor)
                                    04. René Ariel Dotti - (Jurista. Penalista)
                                    05. Therezinha de Jesus Zerbini
                                    06. Celso Lafer - (Ministro das Relações Exteriores no governo FHC - que tirou o sapato no aeroporto dos EUA para ser revistado)
                                    07. Adilson Dallari - (Professor titular de Direito Administrativo da PUC/SP)
                                    08. Miguel Reali Jr.- (Ministro da Justiça no governo FHC - Foi tesoureiro da campanha do Geraldo Alkmin em 2006)
                                    09. Ricardo Dalla - (Advogado. Presidente do IBDTI – Instituto Brasileiro de DireitoTributário)
                                    10. José Carlos Dias - (Ministro da Justiça durante o governo FHC, de jul/99 a abr/2000)
                                    11. Maílson da Nóbrega - (Ministro da Fazenda na Ditadura, colunista da FSP, Veja e Estadão)
                                    12. Ferreira Gullar -(Poeta - de boca fechada)
                                    13. Carlos Vereza - (Ator da Globo, apóia César Maia - candidato ao Senado pelo DEM)
                                    14. Zelito Viana - Cineasta, irmão do comediante Chico Anysio e pai do ator global Marcos Palmeira)
                                    15. Everardo Maciel - (Ex-secretário da Receita Federal nos 08 anos de governo FHC)
                                    16. Marco Antonio Villa - (Historiador. Escreve na Folha de São Paulo)
                                    17. Haroldo Costa - (Ator, escritor, produtor e sambista brasileiro)
                                    18. Terezinha Sodré - (Ex- atriz da Globo. Mora em Miami, tem um programa semanal, "Planet Flórida")
                                    19. Mauro Mendonça - ( Tucano declarado. Ator da Globo casado com a signatária abaixo)
                                    20. Rosamaria Murtinho - ( Tucana declarada. Atriz da Globo casada com a signatário acima)
                                    21. Marta Grostein - (Mãe do Luciano Huck, apresentador da Globo)
                                    22. Marcelo Cerqueira - (Político. Filiado ao partido PPS)
                                    23. Boris Fausto - ( Se diz, historiador e cientista político brasileiro)
                                    24. José Alvaro Moisés - (Secretário Nacional de Apoio à Cultura (1995-1998), Secretário Nacional de Audiovisual (1999-2002) – governo FHC)
                                    25. Leôncio Martins Rodrigues (Cientista Político)
                                    26. José A. Gianotti - (Cientista Político)
                                    27. Lurdes Solla - ( Diz que é Socióloga Cientista Política)
                                    28. Gilda Portugal Gouvea - (Socióloga, diversos cargos na área da educação no governo PSDB em São Paulo)
                                    29. Regina Meyer
                                    30. Jorge Hilário Gouvea Vieira -(Empresário, marido da vereadora Andréa Gouvêa Vieira – do PSDB)
                                    31. Omar Carneiro da Cunha - (Economista, ex-presidente de multinacionais como a Shell e AT&T)
                                    32. Rodrigo Paulo de Pádua Lopes - (Engenheiro, consultor da empresa Dragagem Fluvial Ltda.)
                                    33. Leonel Kaz - (Jornalista, foi diretor editorial adjunto da Abril e Secretário de Cultura e Esportes do Estado do Rio de Janeiro. Curador do Museu do Futebol, em São Paulo)
                                    34. Jacob Kligerman - (Medico. Foi nomeado diretor-geral do INCA pelo Ministro da Saúde Jose Serra, sendo substituído por Jamil Haddad no governo Lula)
                                    35. Ana Maria Tornaghi-(Promoter Carioca)
                                    36. Alice Tamborindeguy - (Política. Filiada ao PSDB desde 1995)
                                    37. Tereza Mascarenhas -(?)
                                    38. Carlos Leal-(???)
                                    39. Maristela Kubitschek -(Filha adotiva de Juscelino Kubitschek)
                                    40. Verônica Nieckele - (Socialite e empresária, esposa de Cesar Ramos Filho)
                                    41. Cláudio Botelho - (Diretor de teatro)
                                    42. Jorge Ramos - (?)
                                    43. Fábio Cuiabano - (Dermatologista de atrizes da Globo como,Malu Mader e Luana Piovani)
                                    44. Luiz Alberto Py -(Medico Psiquiatra, psicanalista, palestrante. Colunista do jornal O Dia, e da revista Caras. Consultor de diversos programas da TV Globo - Amigo e Linha Direta, Domingão do Faustão, Luciano Hulck etc)
                                    45. Gabriela Camarão - (???)
                                    46. Romeu Cortes - (???)
                                    47. Maria Amélia de Andrade Pinto - (???)
                                    48. Geraldo Guimarães - (???)
                                    49. Verônica Nieckele - (?)
                                    50. Martha Maria Kubitschek - (???)
                                    51. Gilza Maria Villela - (???)
                                    52. Mary Costa
                                    53. Silvia Maria Melo Franco Cristóvão (???)
                                    54. Glória de Castro
                                    55. Risoleta Medrado Cruz
                                    56. Gracinda Garcez - (???) aparece uma Gracinda Garcez no blog da promoter Ana Maria Tornaghi (n.º 35)
                                    57. Josier Vilar
                                    58. Jussarah Kubitschek
                                    59. Luiz Eduardo da Costa Carvalho- (Presidente do Jockey Club Brasileiro)
                                    60. Tereza Maria de Britto Pereira - (Filha do diretor-geral da Imprensa Nacional Alberto Sá Souza de Britto Pereira, no governo JK)

                                    Ou seja,essa gente tem o objetivo é retomar o controle do poder, que sempre esteve nas mãos da elite branca, má e perversa, para usar uma definição do ex-governador Cláudio Lembo.Sabem que se não fizerem nada desde já, os partidos que os representam serão escurraçados nas urnas. Sendo que um deles, o dos demos, pode se tornar um nanico já em 2011.

                                    Golpistas

                                    "Golpista é alguém que defende um golpe de Estado, ou seja, defende a derrubada de um governo legitimamente eleito por meio de um putsch anticonstitucional, um golpe de força." É sobretudo - preparar o imaginário da população para a derrubada de um governo legitimamente eleito.

                                    É também repercutir com intensidade uma notícia, mesmo sabendo que ela se desmentirá depois, e não dar o mesmo espaço ao desmentido.

                                    É, por exemplo, comparar a classe média nas filas dos aeroportos com as vítimas dos campos de concentração nazistas, como fez Alexandre Garcia. É o apelo fácil ao sentimentalismo, na tentativa de manipular as consciências de leitores e telespectadores. No jogo do "fala e esquece" da midia, muitas perguntas ficam sem reposta.

                                    Do que reclama a imprensa?

                                    A Imprensa escolhe e protege seus candidatos, malhando impiedosamente seus adversários, distorcendo os fatos, fazendo ilações maldosas, acusando e já dando apressadamente o veredito que lhe interessa. E quando é questionada - simplesmente questionada! - já se faz de vítima, sente-se ameaçada e faz novas ilações, achando que a democracia está sob ameaça. Ora, democracia é um regime em que todos podem questionar e ser questionados. Por que a imprensa, que mais questiona, acha que não pode?

                                    AH! EM TEMPO, OS 1% RESTANTE SÃO OS GANDULAS.

                                    quarta-feira, 22 de setembro de 2010

                                    RECORDANDO A PRIVATARIA DEMOTUCANA

                                    Um estranho modo de governar
                                    Jornal Folha de S.Paulo , terça-feira 6 de fevereiro de 1996

                                     
                                    A equipe FHC vem utilizando com extrema agilidade a "carta branca" que ela própria se deu. Em operação realizada na Bolsa de Valores de São Paulo, o BNDES entregou a seis bancos e corretoras 600 milhões de ações da Petrobrás _sem necessidade de os compradores desembolsarem um tostão. O preço combinado por 0,55% do capital de uma das maiores empresas do mundo foi de R$ 60 milhões, mas para pagamento somente daqui a um ano, com juros de 10% ao ano (extremamente simpáticos), mais a Taxa de Juros de Longo Prazo. Além disso, o BNDES "inovou", mudando totalmente as regras do mercado, e autorizou os "compradores" a revenderem as ações (contratos "a termo") a qualquer momento, sem necessidade de os novos compradores pagarem o débito antes de vencido aquele prazo. Isto é, antes de 12 meses não entrará um tostão nos cofres do BNDES, que, segundo um diretor do banco estatal, aceitou essa condição, "que interessa aos investidores, porque não tem necessidade imediata de fazer caixa". Um argumento estranhável, já que o governo FHC está-se desfazendo de estatais e de ações em poder do BNDES exatamente para levantar recursos e, indiretamente, cobrir o falado "rombo" do setor público. Teoricamente, qualquer interessado poderia ter comprado as ações, pois a venda foi feita por meio de leilão em Bolsa. Mas o respectivo edital comunicando sua realização foi publicado somente dois dias antes do leilão.

                                    Cartas marcadas

                                    Toda a operação foi planejada e articulada por seis bancos e corretoras, que passaram a dispor de 0,55% do capital da Petrobrás, sem pagar nada, à espera da alta dos preços das ações. Graças à concordância do BNDES, vão embolsar lucros que deveriam ser do banco estatal, isto é, da coletividade. O BNDES aceitou até cartas de fiança (de outros bancos) em substituição ao ’’depósito de garantia’’ (margem) de 20%, habituais no mercado.

                                    Manipulação

                                    A operação foi acertada com a direção do BNDES há três meses, mas o leilão somente se realizaria quando as ações da Petrobrás chegassem a R$ 100 (o lote de mil ações) na Bolsa, o que aconteceu nos últimos dias de janeiro. Vale dizer, durante 90 dias somente a direção do BNDES e um punhado de instituições financeiras, seus clientes preferenciais e diretores sabiam que as cotações seriam "puxadas" para chegar aos R$ 100.
                                     
                                    Privatização

                                    Reunião do Conselho Nacional de Desestatização, no final de janeiro. Discute-se o roteiro de privatização da Rede Ferroviária Federal. O presidente da empresa aponta que o preço estabelecido para a venda está muito baixo, pois foi calculado há dois anos por uma empresa multinacional de consultoria. O representante do BNDES não contesta, mas alega que "essa revisão atrasaria o leilão em pelo menos três meses", e a rejeita. Um patrimônio de bilhões de reais vai ser vendido a preços reconhecidamente subavaliados?
                                     
                                    Autoritarismo

                                    Brechas nas leis do Ministério da Fazenda e do Banco Central alimentam a remessa de dólares e sonegação de impostos. Com essas acusações, a Procuradoria Geral da República e a Receita Federal pediram mudanças na legislação, em outubro. O Banco Central se opôs, e acabou ganhando a disputa. Agora, em entrevista, o diretor da área externa do Banco Central, Gustavo Franco, diz que, por meio de telefonemas a banqueiros, proibiu que eles fizessem aquelas operações. No governo FHC, o Brasil não precisa de leis, como ocorre em qualquer sociedade democrática. Autoritarismo confesso.

                                    Caixa preta

                                    O Ministério Público Federal quer processar o ministro da Fazenda e os diretores do Banco Central por causa do socorro a bancos "quebrados". O ponto básico da acusação é totalmente jurídico: houve desrespeito à lei, que proíbe essa utilização de recursos públicos. Em sua defesa, Malan, Loyolla e equipe dizem que fizeram tudo dentro da lei, isto é, autorizados por um "voto" (de resolução) do Conselho Monetário Nacional. O Ministério Público diz que o que vale é a lei.

                                    Michael Hudson: “Modelo econômico dos EUA está falido”


                                     
                                    Segundo o economista norte-americano, os EUA impulsionaram um modelo econômico que está falido e, com o advento da mais recente crise econômica global, cabe agora aos países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) usar sua força conjunta para colocar em marcha um modelo alternativo: “Quando o EUA diz que os países do Bric ainda têm espaço para aumentar suas dívidas, o que quer dizer é que estes países ainda têm minas que podem ser vendidas e ainda têm florestas que podem ser cortadas. Nos próximos anos, o Norte vai fazer o máximo possível para pegar os seus recursos”, disse Hudson, durante seminário promovido pelo CDES em Brasília.

                                    Maurício Thuswohl

                                    BRASÍLIA - “No cinema, nós já tínhamos o Michael Moore. Agora, na economia, temos o Michael Hudson”. A brincadeira feita pelo conselheiro Jacy Afonso de Melo revela o impacto causado pela intervenção do economista e professor da Universidade do Missouri na quinta-feira (16), durante sua participação em um seminário internacional promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em Brasília. Hudson, um ex-economista de Wall Street, mereceu repetidos aplausos dos participantes do seminário ao apresentar, assim como o xará cineasta, um ponto de vista ácido e crítico sobre o modelo econômico de seu país.

                                    Segundo o economista norte-americano, os Estados Unidos impulsionou “um modelo econômico que está falido” e, com o advento da mais recente crise econômica global, cabe agora aos países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) usar sua força conjunta para colocar em marcha um modelo alternativo: “Quando o EUA diz que os países do Bric ainda têm espaço para aumentar suas dívidas, o que quer dizer é que estes países ainda têm minas que podem ser vendidas e ainda têm florestas que podem ser cortadas. Nos próximos anos, o Norte vai fazer o máximo possível para pegar os seus recursos”, disse Hudson, em uma de suas muitas frases de impacto.

                                    Hudson afirmou que o governo norte-americano passou 50 anos obrigando os países em desenvolvimento a contrair empréstimos que, na verdade, tinham como objetivo principal a criação de uma infra-estrutura que facilitasse a exportação de grãos, minério e outras matérias-primas para os EUA: “Mais tarde, em sua fase neoliberal, o governo dos EUA perguntou: por quê vocês, para pagar as dívidas que contraíram conosco, não vendem as estradas e portos que construíram com o dinheiro que emprestamos?”, concluiu.

                                    Instituições como o FMI e o Banco Mundial, na visão de Hudson, foram criadas com o objetivo de fazer com que os países em desenvolvimento dependessem dos EUA. Segundo o economista, a adoção do dólar como moeda de parâmetro para a economia mundial foi, ao lado do que qualificou como “dependência militar”, o principal fator de fortalecimento para a hegemonia norte-americana: “Por isso, os Brics podem criar novas estruturas econômicas que não sejam baseadas no poder militar dos EUA”, disse.

                                    Hudson citou o exemplo da China, “a quem os EUA só deixam gastar sua riqueza para comprar bônus do Tesouro americano”, para afirmar que o Brasil, fortalecido pela travessia sem grandes traumas da crise econômica global, pode seguir outro caminho: “O Brasil pode criar os seus próprios créditos, e vocês não precisam de moeda estrangeira para fazer a economia funcionar”.

                                    Novo sistema financeiro

                                    Além de Michael Hudson, outros palestrantes estrangeiros analisaram a conjuntura econômica mundial. Também norte-americano e pesquisador da Universidade do Missouri, Larry Randall Wray pregou a necessidade de criação de um novo sistema financeiro internacional: “Esse sistema deve ter um mecanismo de pagamento sólido e seguro, promover empréstimos menos longos, adotar um mecanismo de financiamento imobiliário sólido e um ativo de capitais a longo termo”, disse Wray, acrescentando que “esses ajustes não precisam ser feitos necessariamente pelo setor privado”.

                                    Diretor do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE), Xavier Timbeau defendeu a adoção de programas de renda-mínima pelos países em desenvolvimento: “Precisamos adotar novos indicadores de riqueza que não sejam meramente econômicos. Não digam que para reduzir a pobreza basta aumentar o crescimento da economia” disse o economista francês.

                                    O economista mexicano Julio Boltvinick também sugeriu “uma abordagem crítica sobre o paradigma dominante que reduz o bem-estar humano ao bem-estar econômico” e defendeu a adoção de novos conceitos de bem-estar: “Riqueza por si só gera poder, mas não gera necessariamente bem-estar”. Boltvinick defendeu ainda a criação de um índice de progresso social e a adoção de um indicador de tempo livre como formas de medir a desigualdade social em cada país: “Uma sociedade justa tem um tempo livre igualitário”.

                                    SERRA E AS MENTIRAS BILIONÁRIAS



                                    ATÉ O CORREIO BRAZILIENSE FICOU PASMO. A FOLHA TERRORISTA TRAVESTIDA DE ISENTA NÃO DISSE UMA PALAVRA.É TRISTE


                                    Elevação do salário mínimo, aumento do número de beneficiários do Bolsa Família e outras propostas do presidenciável do PSDB gerariam custo de quase R$ 50 bilhões

                                    •Josie Jeronimo

                                    As promessas do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de elevar o mínimo para R$ 600, ampliar o número de beneficiários e instituir o 13º do Bolsa Família custariam cerca de R$ 50 bilhões aos cofres públicos. O tucano aposta no discurso das bondades sociais para atrair o eleitorado de menor renda e também os aposentados. Em referência ao embate deste ano dos pensionistas com o governo para conseguir reajuste maior da aposentadoria, Serra ressaltou que, em seu governo, os idosos terão 10% de aumento.

                                    O presidenciável é econômico com as palavras ao explicar de onde pretende tirar dinheiro para arcar com as promessas. Diz apenas que no Orçamento existem muitas “gorduras” e que se a “roubalheira” fosse extinta, haveria recursos para tudo. Os R$ 49,1 bilhões em despesas geradas com as promessas de Serra, no entanto, correspondem a todo montante de investimento previsto para o setor público em 2011, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

                                    Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social seriam as pastas que sentiriam o maior impacto das políticas propostas por Serra. Só os gastos com aposentadorias e pensões, atualmente estimados em R$ 275,1 bilhões para o próximo ano, custariam R$ 17,8 bilhões a mais com o salário mínimo de R$ 600 (veja quadro). O impacto total na Previdência seria de R$ 25,7 bilhões.

                                    Efeito cascata

                                    O efeito cascata do reajuste do mínimo atinge também a concessão do seguro-desemprego. Na área trabalhista, o impacto estimado pela Consultoria de Orçamento do Senado é de R$ 2,7 bilhões. E para conceder o Bolsa Família a mais 15 milhões de famílias, seria preciso o aporte de R$ 15,8 bilhões.

                                    O consultor de Orçamento do Senado José de Ribamar Pereira da Silva explica que na Lei Orçamentária Anual estão previstos cenários de impacto nos gastos globais do governo levando em conta valores do salário mínimo. “Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo tem impacto de R$ 286,1 milhões no total do orçamento da Previdência”, exemplifica.

                                    Na lista de promessas de Serra também estão a proposta de conceder bolsas para jovens de famílias beneficiárias do programa de renda estudarem e o projeto de triplicar o orçamento do Ministério da Cultura. Analistas afirmam que as iniciativas só seriam viáveis com cortes ou com a criação de impostos.

                                    O coordenador da bancada do PSDB na Comissão de Orçamento, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), afirma que o candidato fez estudo da peça prevista para 2011 e que a Lei de Diretrizes Orçamentárias concedeu ao presidente que será eleito em outubro o direito de decidir o valor do mínimo e a discussão final do plano de receitas e despesas da União. “Para que haja um salário de R$ 600, é evidente que tem que se fazer ajustes.”

                                    Para que haja um salário de R$ 600, é evidente que tem que se fazer ajustes”

                                    Rogério Marinho, deputado do PSDB-RN

                                    O número

                                    R$ 49,1 bilhões

                                    Impacto que as promessas do tucano José Serra teriam no Orçamento da União

                                    Otimista, tucano questiona pesquisas

                                    Ullisses Campbell

                                    São Paulo — Para uma plateia de artistas, entre eles os atores Juca de Oliveira e Glória Menezes, o presidenciável tucano, José Serra, revelou estar otimista em relação à disputa pelo Palácio do Planalto e afirmou que sua campanha segue a todo vapor. Em um evento no cinema da Livraria Cultura, em São Paulo, no início da tarde, Serra comentou as pesquisas eleitorais que apontam o favoritismo de Dilma Rousseff (PT) e disse não estar preocupado. Ele acredita que os levantamentos estão errados e afirma ter chances de vencer o pleito.

                                    “Eleição é uma batalha que se trava no dia”, ressaltou. Em seguida, pediu aos artistas que o ajudassem a dar uma virada no jogo eleitoral. “Eleição não é um campeonato, que não dá para recuperar no final. A eleição é em 3 de outubro. Se nos mobilizarmos, nós podemos ganhar.”

                                    Na ocasião, Serra falou de seus projetos para a cultura e prometeu aumentar os investimentos no setor, caso seja eleito. O candidato tucano reiterou ainda as suas promessas de reajustar as aposentadorias em 10% e de elevar o salário mínimo para R$ 600. Sem entrar em detalhes, ele deu a entender que, para fazer esse aumento no salário mínimo, retiraria os recursos do montante pago pelo país em juros.

                                    Ataques

                                    No programa eleitoral de ontem à tarde, na TV, Serra subiu o tom dos ataques ao PT e a Dilma Rousseff. O tucano disse que os escândalos de quebra de sigilo na Receita Federal e de tráfico de influência envolvendo Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, são exemplos de que há “desonestidade” no governo federal. Serra até elogiou o desenvolvimento econômico do país, mas disse que a honestidade e o comportamento ético na política têm que vir em primeiro lugar, e associou as denúncias de corrupção a Dilma.

                                    “Você está vendo escândalos envolvendo o governo federal e de novo a Casa Civil. Mais uma vez, é aquela história do não vi nada, não sei de nada, não é comigo, é invenção da imprensa. Eu fico pensando: qual o Brasil que queremos deixar para os nossos filhos?”, questionou. “O PT promove o bolchevismo sem utopia e busca apenas curtir o poder.”

                                    Eleição não é um campeonato, que não dá para recuperar no final. A eleição é em 3 de outubro. Se nos mobilizarmos, nós podemos ganhar”

                                    José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República

                                    Contas refeitas

                                    Veja o impacto financeiro que as promessas de José Serra causariam no Orçamento federal:

                                    Despesas totais da Previdência Social

                                    Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera R$ 286,1 milhões de impacto por ano.
                                    O vencimento de R$ 600, como propõe Serra, custaria aos cofres públicos R$ 25,7 bilhões.

                                    Gastos da Previdência com aposentadorias e pensões
                                    Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo causa impacto anual de R$ 198,3 milhões.

                                    O salário de R$ 600 custaria
                                    R$ 17,8 bilhões

                                    Despesas com abono e seguro-desemprego
                                    Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo causa impacto anual de R$ 30,1 milhões. O salário de R$ 600 custaria
                                    R$ 2,7 bilhões

                                    Despesas com benefícios da Assistência Social relativas a afastamento e renda vitalícia de idosos e portadores de deficiência
                                    Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo causa impacto anual de R$ 43 milhões. O salário de R$ 600 geraria gastos de

                                    R$ 3,8 bilhões
                                    Ampliação do Bolsa Família em mais 15 milhões de beneficiários
                                    Despesa de mais R$ 15,8 bilhões

                                    Pagamento de 13º para beneficiários do Bolsa Família
                                    Despesa de mais R$ 1,1 bilhão

                                    Fonte: Comissão de Orçamento do Senado

                                    Twitter