quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DÁ SÉRIE: CHEGA DE TANTO JORNALISMO DE ESGOTO!



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Na Record LULA alfineta o PIG e espinafra a gLOBO.
Na inauguração de estúdios do RecNov, a central de novelas da Record no Rio, o presidente Lula espinafrou a Globo. Disse que não faz sentido o Brasil depender de uma única emissora para ver novela. Diz que não faz sentido depender de uma única emissora para ter informação. O Presidente Lula foi mais longe e partiu para cima dos colonistas (*) da Globo (você, amigo navegante, sabe quem são …).
Lula disse que não podemos ser vítimas de formadores de opinião que querem que você tenha uma única opinião (A deles). Querem que você compartilhe de um pensamento único.

Leia mais sobre as sujeiras do PIG:

Enquanto isso na caverna da maldade:


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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tem algo de podre no lixo de Alagoinhas/Ba



Irregularidade em contrato entre prefeitura de Alagoinhas e empresa de lixo‏.
A Prefeitura da cidade de Alagoinhas, distante 108 km de Salvador, terá um imbróglio pela frente. Depois de 20 dias de investigações, o vereador Radiovaldo Costa (PT), descobriu que a atual empresa responsável pela coleta de lixo no município é de fachada.

A denúncia foi apresentada pelo vereador durante sessão plenária da última terça-feira, 20. Ele descobriu que a empresa Aratu Empreendimentos Comerciais e Serviços, com sede na Avenida ACM, não existe, e que é uma “laranja” da empresa que atuou anteriormente no mesmo trabalho.

Em janeiro, ao tomar posse, o prefeito Paulo Cezar (PSDB), decretou estado de emergência por seis meses, alegando uma série de problemas de ordem administrativa, inclusive na limpeza pública.

Após o decreto foi feita a contratação em regime de emergência, sem licitação, da empresa Ecolimp, nome de fantasia da empresa Macro Construtora Ltda, com sede também em Salvador. O contrato com a Ecolimp previa limpeza na cidade pelo período de seis meses, prazo em que vigoraria o decreto de emergência. Antes de findar o contrato, a prefeitura abriu licitação para contratação de uma nova empresa. Pela Lei das licitações, 8.666/97, a Ecolimp não poderia usufruir de uma nova contratação. Na licitação ganhou a empresa Aratu Empreendimentos, cujo contrato tem o número 139/09, de 13 de julho de 2009.
O vereador Radiovaldo Costa, depois de uma intensa investigação, descobriu que a Aratu usava os mesmos carros da Aratu, só mudando o adesivo. Ela manteve também todo o quadro de funcionários, que também era pago pela Ecolimp, e não pela Aratu. Os carros coincidem porque as placas são as mesmas. O vereador chegou a indagar; Será que a Aratu arrendou os equipamentos da Ecolimp?
Não obteve resposta. Partiu para Salvador e lá descobriu que a empresa Aratu só existe no nome. No prédio endereçado no cartão do CNPJ não existe nenhuma empresa com aquele nome. Ligando para a empresa e buscando falar com um dos sócios, Erenita dos Santos Almeida, que possui 99% das ações da empresa e um capital inscrito de R$ 990 mil, uma funcionária do outro lado da linha disse desconhecer tal pessoa. Ele perguntou então pelo segundo sócio, Laio Santos Rebouças, sócio minoritário com apenas R$ 10 mil de capital, 1% do valor total do capital de R$ 1 milhão.
Além disso, o vereador descobriu também que a empresa Aratu Empreendimentos tem problemas com o INSS, apresentado em plenário cópia da certidão negativa do órgão, o que a impossibilitaria de participar de concorrência pública.
A Macro Engenharia, responsável pela Ecolimp, responde a um processo na Receita Federal, ficando impossibilitada de receber certidão negativa e participar de concorrência pública.
O próximo passo do vereador que formulou a denúncia é solicitar à prefeitura cópias do contrato com a Aratu Empreendimentos e buscar amparo jurídico junto ao Ministério Público.
O desmembramento do fato no município foi grande.



VANDERLEY SOARES

Assessor de Comunicação Social

A piada do dia!


O ínvido Roberto Freire: Lula é de direita, e que o Serra é de esquerda!



Roberto Freire no Roda Viva de ontem, deu um show de manobras argumentativas confusas na tentativa de apresentar um caminho ideológico minimamente plausível para o palanque de Serra.
Criticou firmemente o bolsa-família, mas quase sumiu na cadeira quando foi questionado se o Serra deveria ou não manter o referido programa. Não chegou a formular resposta.

Papo de blogueiro: O que será (Serra) que esta ganhando com isso? rs

sábado, 24 de outubro de 2009

Dá série: É a nossa mídia.


Tradução:
- Não sente tão perto da TV. Vai arruinar seus olhos.
- Tanto faz. Esse negócio vai matar meu cérebro bem antes de arruinar meus olhos.


O celebro do PIG (partido da imprensa golpista)
Do portal: R7
Cai número de leitores de jornal no Brasil
No primeiro semestre deste ano, foram vendidos cerca de 4 milhões de exemplares por dia, número 4,8% menor, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Saiba mais: http://videos.r7.com/cai-numero-de-leitores-de-jornal-no-brasil/idmedia/fe17469f12d5c6379edb0f7983212264.html

Papo de blogueiro: Do alto dos seus Luís XV`s eles não se enxergam, portanto não podem enxergar que o verdadeiro POVO brasileiro esta amadurecendo.

Dá série: Temos que derrubar a Dilma!





O ponto de saturação
Ataques ao governo Lula fazem parte da paisagem jornalística brasileira. Tornaram-se previsíveis como os acidentes geográficos; irremediáveis como o dia e a noite. Naturalizaram-se, a tal ponto que já se lê os jornais pulando essas ocorrências, como os olhos ignoram trechos vulgares de caminhos rotineiros. O que mais espanta, porém – e a cobertura da viagem do São Francisco reforça esse desconcerto - não é a crítica, mas o tom desrespeitoso desse jornalismo. Com a aproximação das eleições de 2010, ansiedade pelo fracasso recrudesceu. A tal ponto ela se tornou caricatural que já aparecem os primeiros sintomas de saturação. O artigo é de Saul Leblon.

Saul Leblon
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“Alojamento de Lula tem risoto, uísque e roda de viola até a madrugada.” Sob esse título auto-explicativo, a Folha [edição de 16-10] resumiu em uma retranca o espírito da cobertura oferecida aos seus leitores durante a viagem de três dias feita pelo Presidente Lula às obras de interligação de bacias do rio São Francisco, uma das mais importantes do seu governo.


O propósito de diminuir e tratar o assunto com escárnio e frivolidade se reafirmou em legendas de primeira página ao longo da visita. No dia 15-10, o jornal carimbava uma foto de Lula e da ministra Dilma Rousseff pescando no São Francisco, em Buritizeiro (MG), com a chamada: 'Conversa de Pescadores’. A associação entre a legenda e o discurso da oposição, para quem as obras são fictícias e a viagem, eleitoreira, sintetiza o engajamento de um jornalismo que já não se preocupa mais em simular isenção.


No dia 17, de novo na primeira página, o jornal estampa a foto do Presidente atravessando o concreto ainda fresco sobre a legenda colegial: ‘A ponte do rio que caiu’. A imagem de Lula equilibrando-se em tábuas improvisadas inoculava no leitor a versão martelada em toda a cobertura: trata-se de uma construção improvisada, feita em toque de caixa, com objetivo apenas eleitoreiro. É enfadonho dizê-lo, mas o próprio jornal se contradiz ao entrevistar Dom Luis Cappio, o bispo de Barra (BA), um crítico ferrenho da obra. Segundo afirmou o religioso ao jornal, ‘as obras avançam como um tsunami’. Sua crítica recai no que afirma ser a ‘marolinha’ das medidas - indispensáveis - de recuperação ambiental do rio. Diga-se a favor do governo que estas, naturalmente, serão de implementação mais lenta, na verdade talvez exijam um programa permanente.


Como o próprio bispo de Barra esclarece, não se trata apenas de promover o saneamento de esgotos e dejetos nas cidades ribeirinhas, como já vem sendo feito, ineditamente, talvez, na história dos rios brasileiros de abrangência interestadual. O resgate efeitvo do São Francisco passa também pela recuperação das matas ciliares, prevista nas obras, mas remete igualmente à recuperação de toda a ecologia à montante e para além dos beiradões, inclusive as veredas distantes onde estão nascentes, olhos d’água, lagoas de reprodução destruídos pela rapinagem madereira e carvoeira. Só quem acredita em milagres pode exigir, como faz Dom Cáppio, que um único governo reverta essa espiral de cinco séculos de omissão pública da parte, inclusive, daqueles que demagogicamente criticam as obras hoje como ‘uma ameaça ao velho Chico’.


O único acesso que a família Frias ofereceu aos leitores para que pudessem avaliar a verdadeira dimensão da obra ficou escondido na página interna da edição do dia 17, na belíssima foto que ilustra a página 12. Ali, um Lula solitário caminha por um gigantesco canal de concreto que rompe o horizonte até lamber o céu sertanejo. Há um simbolismo incontornável na imagem de um Presidente que se despede diluindo-se em uma obra gigantesca. Ela consagra seu retorno à terra de onde partiu como retirante e para onde voltou o Presidente, levando água a quem não tem - compromissos mantidos, apesar de tudo.


A solenidade da foto contrasta com o tom de adolescência abusada da cobertura, o que impediria o jornal de utilizar a imagem na primeira página, embora do ponto de vista estético e jornalístico ela fosse muito superior à escolhida. Tanto que o editor da página 12 não se conteve e abriu cinco colunas para a fotografia.


Ataques ao governo Lula fazem parte da paisagem jornalística brasileira. Tornaram-se previsíveis como os acidentes geográficos; irremediáveis como o dia e a noite. Naturalizaram-se, a tal ponto que já se lê os jornais pulando essas ocorrências, como os olhos ignoram trechos vulgares de caminhos rotineiros.


O que mais espanta, porém – e a cobertura da viagem do São Francisco reforça esse desconcerto - não é a crítica, mas o tom desrespeitoso desse jornalismo. Nesse aspecto não houve rigorosamente qualquer evolução após seis anos em que todos os preconceitos contra Lula foram desmoralizados na prática. A retomada do crescimento com inflação baixa e maior equidade social, por exemplo, distingue seu governo positivamente da paz salazarista imposta pela ortodoxia tucana no segundo mandato de FHC. A popularidade internacional do chefe de Estado brasileiro constitui outro fato sem precedente, só suplantado, talvez, pela velocidade da recuperação da nossa economia em meio à maior crise do capitalismo desde 1930. Tudo desautoriza as previsões catastróficas das viúvas provincianas do tucano poliglota.


Mas se a realidade desmentiu o preconceito, em nenhum momento a mídia conservadora deu trégua a um indisfarçável desejo de vingança que pudesse comprovar a pertinência de uma rejeição de classe ao governo Lula. Com a aproximação das eleições de 2010, a ansiedade pelo fracasso recrudesceu. A tal ponto ela se tornou caricatural que já aparecem os primeiros sintomas de saturação.


Em artigo publicado no Estadão [19-10] o físico José Goldemberg, por exemplo, um quadro de extração tucana, saiu em defesa da construção de hidrelétricas pelo governo Lula, objeto de críticas estridentes de um jornalismo que prefere esquecer a origem do apagão em 2001/2002. Na área da saúde, o respeitado cardiologista Adib Jatene, que já foi secretário de Paulo Maluf, mas supera qualquer viés político pela inegável competência científica e discernimento público, tem vindo a campo com freqüência defender a necessidade de um novo imposto, capaz de mitigar o estrago causado à saúde pública pela revogação da CPF. Mais uma ‘obra coletiva’ assinada pela mídia e a coalizão demo-tucana.


O economista Luiz Carlos Bresser Pereira, do staff serrista, foi outro a manifestar seu desagrado com o estado das coisas. Bresser, que já defendeu abertamente o projeto de Lula para o pré-sal, rechaçou a demonização do MST articulada pela mídia e ruralistas, por conta da derrubada de laranjeiras em terras públicas ocupadas pela Cutrale [artigo na Folha 19-10]. Pode ser apenas miragem do horário de verão, mas o que essas manifestações parecem indicar é uma rebelião da inteligência – ainda que avessa ao PT – contra a idiotização da agenda nacional promovida pelo jornalismo demo-tucano.


A patogenia infelizmente não é privilégio brasileiro. Na Argentina, o cerco da grande imprensa ao governo Cristina Kirchner recorre a expedientes idênticos de mentiras, fogo e fel . Com Morales, na Bolívia, não tem sido diferente. Na Venezuela, há tempos, o aparato midiático tornou-se paradigma de um engajamento que atravessou o Rubicão do golpismo impresso para se incorporar fisicamente à quartelada que quase derrubou Chávez em 2002 . Enganam-se os que enxergam aí também a evidência de uma fragilidade congênita à democracia latino-americana. Acima do Equador as coisas não vão melhores. O democrata Barack Obama é vítima de um cerco raivoso e racista de jornais e redes, como é o caso da Fox, do direitista Rupert Murdoch que detém também o Wall Street Journal.


A repetição e o alcance dos mesmos métodos e argumentos nas mais diferentes latitudes parece indicar que estamos diante de um fenômeno de recorte histórico mais geral. O fato é que o conservadorismo está acuado em diferentes fronteiras após o esfarelamento econômico e político do credo neoliberal. A falência dos mercados financeiros desregulados na maior crise do capitalismo desde 1930 já é reconhecida, à direita e à esquerda, como um novo divisor histórico. Corroído em seus alicerces de legitimidade pela falência de empresas, famílias e bancos, ademais do recrudescimento do desemprego e da insegurança alimentar - inclusive nas sociedades mais ricas - o conservadorismo vê sua base social derreter. A radicalização do seu ‘braço midiático’ soa como uma tentativa derradeira de reverter o processo ainda nos marcos da democracia, desqualificando o adversário mais próximo formado por partidos e governos progressistas. A radicalização é proporcional à ausência de um projeto conservador alternativo a oferecer à sociedade.


Abre-se assim uma etapa de absoluta transparência, uma radicalização aberta; um embate bruto de forças em que a mídia dominante não tem mais espaço para esconder os interesses que representa. Tampouco parece ter pejo em descartar uma neutralidade – que, diga-se, a rigor nunca existiu - mas da qual sempre se avocou guardiã para descartar a democratização efetiva dos meios de comunicação. A isenção parece, enfim, não representar mais um valor passível sequer de ser simulado.


A diferença entre o que acontece no caso brasileiro e o resto do mundo é o grau de envolvimento do governo na reação em sentido contrário a essa ofensiva. A liberdade de informação e o contraditório aqui respiram cada vez mais por uma rede de blogs e sites de gradiente ideológico amplo, qualidade crescente e capacidade analítica incontestável. Mas ainda de alcance restrito. O protagonismo do governo e o dos partidos e sindicatos que poderiam ir além na abrangência de massa, é tíbio. Na Venezuela não é assim. Na Bolívia – que acaba de criar um grande jornal diário de recorte progressista-- não está sendo. Na Argentina onde foi votada uma lei de comunicação que desmonta a estrutura monopolista do conservadorismo midiático, caminha-se também sobre pernas da urgência. Acima da linha do Equador a contundência das respostas oficiais destoa igualmente do acanhamento brasileiro. Na verdade, talvez a caracterização mais dura da decadência dos princípios liberais na mídia tenha partido justamente dos porta-vozes do governo Obama, Anita Dunn, Diretora de Comunicações do Presidente e David Axelrod,principal assessor de comunicação do democrata.


"A rede Fox está em guerra contra Barack Obama (...) não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha é jornalístico. Quando o presidente fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará debatendo com um partido da oposição", resumiu recentemente a atilada Diretora de Comunicações da Casa Branca. Numa escalada de entrevistas e disparos cuidadosamente arquitetados, Dunn e Axelrod falaram alternadamente a diferentes segmentos midiáticos de todo o país. E o fizeram com o mesmo propósito de colocar o dedo numa ferida chamada Rupert Murdoch. "Mr. Rupert Murdoch tem talento para fazer dinheiro, e eu entendo que sua programação é voltada a fazer dinheiro. Só o que argumentamos é que [seus veículos] não são um canal de notícias de verdade. Não só os âncoras, mas a programação toda. Não é notícia de verdade, mas é a pregação de um ponto de vista. E nós vamos tratá-los assim ", bateu Axelrod em seguida ao ataque de Anita Dunn.


O guarda-chuva dos ataques a Obama têm como alvo o projeto de reforma do sistema de saúde, que, entre outras medidas, quer colocar sob responsabilidade do Estado cerca de 50 milhões de norte-americanos hoje ao desabrigo de qualquer cobertura.


A defesa do livre mercado na saúde é só a ponta do iceberg do ataque midiático. Por trás desse biombo o que se move é uma engrenagem endogâmica em que se entrelaçam o fanatismo e o dinheiro da direita republicana, postados dentro e fora da mídia. Sua meta é clara: desconstruir e imobilizar o sucessor de George W. Bush. Não há muita diferença entre o que se passa nos EUA e a divisão de trabalho observada no Brasil, onde as rádios chutam o governo Lula abaixo da linha da cintura; os jornalões desgastam e denunciam, enquanto a Globo faz a edição final no JN, transformando o boa noite diário da dupla Bonner & Fátima uma espécie de ‘meus pêsames, brasileiros pelo governo que escolheram; não repitam isso em 2010’.


No caso dos EUA, um país visceralmente conservador e racista não há, a rigor, grande surpresa pelos ataques da Fox & Cia a um Presidente negro e democrata. O que surpreende, de fato, é que Obama está reagindo. E o faz com um grau de contundência que, oxalá, sirva de inspiração para que um dia também possamos ouvir nos trópicos um porta-voz do Presidente Lula dizer com igual limpidez e serenidade, sem raiva, mas pedagogicamente: "A Folha está em guerra contra Lula (...) não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha é jornalístico. Quando o Presidente fala à Folha já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O Presidente já sabe que estará debatendo com um partido da oposição."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lula o filho do Brasil




“Deveríamos clonar Lula e espalhá-lo pela América Latina”
A frase de impacto é do ex-militante tupamaro e atual candidato à presidência do Uruguai pela Frente Ampla, José “Pepe” Mujica. Em entrevista publicada na revista Teoria e Debate, Mujica e Danilo Astori, seu candidato a vice, avaliam os desafios de um próximo governo de esquerda no Uruguai. Senador mais votado do país em 2004 e candidato à frente nas pesquisas para as eleições de 25 de outubro, Mujica passou mais de doze anos preso durante a ditadura militar. Um par destes anos, o possível futuro presidente uruguaio esteve praticamente enterrado vivo, no fundo de um poço. Ele e os companheiros submetidos a mesma tragédia ficaram conhecidos como os “reféns”.

Clarissa Pont - Especial para Revista Teoria e Debate

Líder do Movimento de Participação Popular (MPP), Mujica recebeu o apoio de 1.694 delegados, mais de dois terços dos que estavam habilitados a votar na eleição interna da Frente Ampla. Na votação, que contou com 2.381 delegados, ele venceu o ex-ministro da Economia do governo Tabare Vásquez, Danilo Astori, atual candidato a vice-presidente. Nesta conversa com Mujica e Astori, em Buenos Aires, devido à campanha no país vizinho pelo grande número de uruguaios residentes na Argentina, ambos reiteram a necessidade de massificar as escolas de tempo integral e acreditam que “salvar a los gurizes”, antes de mais nada, é a solução para resolver o problema de insegurança, principal preocupação dos uruguaios atualmente.

A Frente Ampla aparece com 42% das intenções de voto, contra 32% para o Partido Nacional, do ex-presidente centro-direitista Luis Lacalle, e 12% para o também de direita Partido Colorado, segundo pesquisa da Interconsult divulgada no final de setembro. Na pesquisa divulgada em agosto pelo mesmo instituto, a Frente Ampla somava 45% das intenções de voto. A queda é pequena, mas preocupa, porque reflete a mais recente controvérsia em torno de Mujica. No livro de entrevistas "Pepe, Colóquios", lançado na Feira do Livro de Montevidéu, Mujica ataca a classe política da Argentina e põe em dúvida alguns companheiros da Frente Ampla.
“Los kirchner son de izquierda, pero una izquierda que, mamma mía, és una patota”; “Carlos Ménem es mafioso y ladrón” y “los radicales son tipos muy buenos pero unos nabos”, são algumas das pérolas de Mujica contra os argentinos. Segundo o jornalista Alfredo García, autor do livro publicado pela editora Fin de Siglo, tudo não passa de um mal entendido porque todas as linhas foram tiradas do contexto inicial das entrevistas.
Caso nenhum partido tenha mais da metade dos votos em 25 de outubro, acontecerá um segundo turno em 29 de novembro, na mesma data das esperadas eleições hondurenhas. No dia em que os uruguaios escolhem o novo presidente, votam também em um referendo onde a população decidirá se quer instalar uma Comissão da Verdade para julgar crimes do período da ditadura, o que depende da Justiça derrubar a Lei da Caducidade que protege os agentes da repressão.

Teoria e Debate – Pepe, caso eleito, como será a atuação do governo uruguaio na Unasul, principalmente depois da reunião de agosto em Bariloche quando o debate sobre as bases militares estadunidenses na Colômbia se intensificou?
Mujica – Na verdade, ainda não discutimos o problema com a equipe de governo, mas eu posso apenas te dizer algo muito simples. A única coisa para qual serve uma base militar é para nos complicar a vida, e com os meios materiais que uma grande potência tem é algo que eles podem fazer praticamente sempre. É lógico que eles não deveriam nos complicar a vida e, com isso, não precisaríamos de pelo menos umas quantas conferências internacionais e uns quantos documentos e tantas reuniões de imprensa e tudo mais.
Entendo, no entanto, que tampouco podemos entrar em conflito flagrante com os Estados Unidos, porque não deves desafiar quem não podes vencer. Tens que buscar ter a inteligência de, por meios diplomáticos, acalmar as vontades e fazer de tudo para tudo para que eles paguem o maior custo político por essas bases. Apenas gostaria de grifar que essa não é uma resposta de governo, é o que pensa o Pepe.
Teoria e Debate – As eleições do dia 25 de outubro não decidem apenas a disputa eleitoral, mas apresentam dois referendos à população. Um deles é sobre a anulação da Ley de Caudicidad, que coloca obstáculos aos julgamentos de casos de violação dos Direitos Humanos durante a ditadura militar uruguaia, e o outro sobre o direito ao voto dos uruguaios que vivem fora do país. Os senhores acreditam que as perguntas do referendo têm influência sobre as eleições?
Astori – Não acreditamos que isso vá prejudicar a proposta partidária eleitoral da Frente Ampla. É certo que a imensa maioria dos frenteamplistas está de acordo e apoiará os dois referendos, o que já foi comprovado em resultados de consultas de opinião pública. O interessante é que a legislação eleitoral uruguaia brinda o cidadão com a possibilidade de separar as duas escolhas e pronunciar-se autonomamente por sua decisão quanto ao candidato à presidência. E mais, de acordo com a regulamentação, apenas se vota por sim nos referendos, não existe opção por não. Obviamente, quando o eleitor não introduz o papel por sim, incrementa o número de pronunciamentos contra. As pesquisas de opinião pública indicam um apoio crescente às consultas. E, certamente, nós dois apoiamos os dois plebiscitos a lo largo y a lo ancho do país durante toda campanha eleitoral.
Teoria e Debate – Tabare Vasquez, com o Plano Ceival, garantiu milhares de computadores para crianças e professores em todo o país. Existem planos de expansão para o projeto que incentivou a educação e serve de exemplo para a América Latina?
Astori – O Ceival significa um computador para cada criança e professor e faz parte de um projeto maior, que é o Plano de Inclusão e Acesso à sociedade da informação e do conhecimento. E a resposta é afirmativa, o nosso plano de governo pretende expandir a iniciativa. Hoje, são 380 mil computadores, estão cobertos todos os alunos do primário e seus professores e esse número alcança os núcleos familiares destas crianças também. Projetamos, para o próximo período, alcançar as crianças do secundário.
Teoria e Debate – Existem questões delicadas no plano de governo, se pensarmos na grande coalizão que a Frente Ampla representa nestas eleições?
Mujica – Não pleanteamos o drama de consensuar porque minha preocupação de um sul desenvolvido é muito mais primitiva que isso. Se pudermos liquidar a indigência e cortar a pobreza pela metade, é por isso que vamos lutar no governo, eu não sei se estaremos pensando em direita ou esquerda. Depois, os outros é que vão julgar se fomos muito conciliadores. Mas há um tema com o qual nos comprometemos. O Uruguai é um país muito pequeno para ser comparado com a Argentina ou o Brasil, como os jornalistas gostam muito de tentar. Estamos entre dois colossos para a nossa dimensão, num mundo onde todos precisam de impostos e geração de emprego para prosperar. Na dimensão de mercado, nosso país não atrai ninguém e quem vem até a América Latina, se instala no Brasil ou na Argentina. Para podermos pretender que alguns capitais se instalem no Uruguai, necessitamos de clareza e certeza de certas regras que digam aos outros que somos um país muito sério. Nós não podemos nos dar ao luxo de mudar regras e nem devemos. Quando selamos um compromisso, temos que dejar el cuero en la estaca, que é a forma de apresentarmo-nos ao mundo como um país interessante.
Teoria e Debate – Acredito que estas colocações sejam referências à polêmica das papeleiras na fronteira com a Argentina. A minha pergunta é, na verdade, se é possível um governo socialista com a Frente Ampla?
Mujica – E o que é o socialismo? O que era e o que será amanhã? O nosso programa corresponde a uma aliança de partidos que apresenta historicamente um conjunto de reformas a favor de desenvolver uma sociedade e tentar de integrá-la o máximo possível. Alguns dentro dessa colisão podem ter visões mais socializantes, outros menos, mas estamos comprometidos a estabelecer um conjunto de reformas que ajudem a diminuir tanta distância na nossa sociedade. Pensar não é fazer, pensar é pensar, mas eu também não vou esconder meu pensamento para conseguir quatro votos.
Digo-te que meus sonhos me levam hoje a crer que, para construir algum dia uma sociedade melhor, necessitamos de um país rico materialmente e tremendamente incluído e culto. Não que por ter essas duas coisas se irá criar uma sociedade socialista, mas sem essa questão prévia de massificação de conhecimento e cultura e de riqueza compartida, não há condição. Não caminha isso de se igualar por baixo, temos que nos igualar por cima. Mas esse é o meu sonho, e eu tenho 74 anos, assim que, em todo caso, conquistar este sonho é para uma geração mais jovem que a minha.
Teoria e Debate – Os senhores falavam sobre o fato do Uruguai conviver entre dois países maiores, a Argentina e o Brasil. Neste sentido, existem assimetrias intransponíveis para o Uruguai no Mercosul ou um próximo governo deve intensificar a presença do país no grupo?
Astori – O Mercosul significa para nós uruguaios, e não apenas para os frenteamplistas, um projeto estratégico fundamental. O Uruguai é um país pequeno em tamanho físico, mas que tem uma potencialidade muito grande e que deve abrir-se ao mundo, não há outra possibilidade. O Mercosul e esta abertura marcam dois fundamentos absolutamente essenciais da convicção estratégica que temos. Obviamente, a abertura uruguaia começa na região, não caberia outra possibilidade racionalmente fundamentada. Nossa adesão e convicção em relação ao Mercosul estão fora de qualquer discussão. Mas também acreditamos, e não há soberba nisso, que o Mercosul sem o Uruguai se converte em outra coisa e não em uma aliança integracionista na região. E isso tampouco é incompatível com nossa visão de abertura igualmente importante em escala mundial, porque temos que multiplicar nossas possibilidades de inserção. O Pepe sempre diz que o mais inteligente é vender pouco a muitos, do que muito a poucos.
Do ponto de vista comercial, vamos continuar com a tarefa que iniciou Tabare Vasquez. O Mercosul tem problemas de assimetrias, e existem dois tipos de assimetrias: as estruturais e as políticas. E são elas que temos que encarar com paciência e convicção no trabalho conjunto.
Teoria e Debate – Para encerrar, falando em questões estratégicas e políticas, como chegar a um acordo em relação às papeleiras na fronteira entre o Uruguai e a Argentina?
Mujica – Eu posso responder esta pergunta em termos de hipóteses, e acredito que nunca se possa fazer nada contra a vontade do povo. Agora o mais importante é encontrar uma solução. E quando não se quer nenhuma solução, o tempo dá sua resposta. Nós reivindicamos sempre transformar os problemas em possibilidades, porque sei que além dos cartazes e das manifestações o povo necessita de trabalho e soluções econômicas. E não digo isso em tom ofensivo. Eu gosto de falar que sou admirador do presidente Lula. Em que sentido? Lula é um senhor presidente, com um grande número do parlamento que vota contra, e mesmo assim logra manejar um país com as dimensões do Brasil, com os problemas que tem. E por que ele consegue isso? Porque negocia, negocia e negocia, tem a paciência de um velho dirigente sindical. E esse é o espírito que devemos ter nesse tema. Aliás, aqui entre nós, deveríamos clonar o Lula pela América Latina.
Entrevista publicada originalmente na Revista Teoria e Debate

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dá série: Quem esta por trás disso tudo?


Defendendo o interesse do latifúndio


para defender o negócio do PIG
Por: Artur Henrique

Recrudesce nos últimos tempos a campanha difamatória contra o MST e a luta pela reforma agrária, que é uma bandeira também da CUT e de entidades como Contag e Fetraf. Esta semana, houve mais uma movimentação de peças por parte da ultra-relacionaria CNA, desta feita através de uma suposta "pesquisa" feita pelo Ibope a pedido dos latifundiários.
Embora nem sempre ande às mil maravilhas com os índices do Ibope, a Globo decidiu dar ampla divulgação para a "pesquisa" em seu Jornal Nacional. Para os incautos, o significado dos resultados foi o de que a reforma agrária, de modo geral, produz pobreza e atraso e, portanto, deve ser suspensa.
Foi de pronto classificada de ridícula pelo MST, em virtude de sua limitada área de abrangência - mil famílias em apenas nove assentamentos. De fato, segundo um profissional do mercado de pesquisas de opinião, a tal pesquisa, por partir de uma amostra intencional, ou seja, dirigida, carece de valor científico. "É como fazer pesquisa de popularidade do Lula só na porta da Volkswagen", exemplifica. A amostra do Ibope incluiu uma visita a uma comunidade conhecida como Caxangá, na região metropolitana do Recife, que nem assentamento é, e sim um ultrapassado Projeto Integrado de Colonização (PIC) criado na década de 1970 e que hoje é um apêndice da região urbana.
A fragilidade da "pesquisa" ainda se mostra através de um resumo divulgado na internet pelo próprio Ibope, o qual afirma que assentamentos visitados pertencem ao que o INCRA classificaria como de "estágio 7". O termo e a categorização simplesmente não existem, desmente o INCRA.
Se imaginarmos que só no Estado de São Paulo existem mais de 100 assentamentos, realmente surgidos da reforma agrária tal como compreendida atualmente, a visita a apenas nove assentamentos - ou melhor, oito - como universo de pesquisa faz o estudo da CNA realmente parecer ridículo.
Mais ridículo ainda em virtude do amplo Censo Agropecuário divulgado pelo IBGE dias antes e que comprova a pujança econômica e a importância social daquilo que é construído pela reforma agrária, ou seja, a propriedade rural familiar. O Censo analisou ao longo do ano de 2006 todas as propriedades rurais do Brasil, num total de 5 milhões e 200 mil, sendo que 4 milhões e 368 mil delas são propriedades familiares.
Ainda que não se saiba com exatidão quantas das propriedades familiares pesquisadas pelo Censo tenham origem em assentamentos da reforma agrária - o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento Agrário estão fazendo o cruzamento dos dados neste momento - os resultados apontam claramente qual a vocação da agricultura familiar. E essa vocação contraria as alegações levantadas pela "pesquisa" da CNA e do televisivo Ibope.
Apesar de as propriedades familiares representarem apenas 24,3% das terras dedicadas à agropecuária no Brasil, mesmo sendo 84,4% do total de unidades rurais existentes, elas produzem a maioria de muitos alimentos essenciais que chegam à mesa do brasileiro: 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 58% do leite, 59% da carne suína e 50% das aves, sem falar em 30% da carne bovina e 21% do trigo, entre outros produtos destinados ao consumo interno.
Enquanto isso explode nas grandes propriedades o plantio de soja, que se expandiu em todo o território 88% entre 1996 e 2006. Nas propriedades familiares, segundo o Censo, são produzidos 16% da soja brasileira, ficando a cargo das grandes propriedades a imensa maioria destinada ao mercado externo. As áreas destinadas à cana-de-açúcar cresceram 33%, boa parte destinada a virar combustível.
A importância da agricultura familiar - terras que não ultrapassam quatro módulos fiscais - no que tange a segurança alimentar do povo brasileiro já seria motivo suficiente para comprovar a importância do combate aos latifúndios e de destinar a terra a trabalhadores e trabalhadoras.
Mas não é só. Nos pequenos estabelecimentos agropecuários estão 74,4% dos trabalhadores rurais de todo o País, ou 12 milhões e 300 mil pessoas num universo de 16 milhões e 567 mil brasileiros no campo. Alternativa óbvia, portanto, à explosão demográfica dos grandes centros urbanos para a qual hoje está tão em moda propor e exigir soluções.
A CNA, através da frágil peça política que encomendou, afirma, no entanto que mais de 72% dos assentamentos não geram renda. Ora, o Censo Agropecuário do IBGE afirma que 69% das propriedades rurais familiares pesquisadas produziram receita média de R$ 13 mil nos 12 meses do levantamento. No mesmo período, segundo o IBGE, as pequenas propriedades geraram 47,13% (R$ 58 bilhões) da receita agrícola brasileira, apesar de, não custa repetir, ocupar apenas 24,3% das propriedades rurais do território.
Mas a CNA apela mesmo para a baixaria e demonstra todo o seu ódio aos pobres quando afirma que parcela significativa do dinheiro que circula nos assentamentos (49%) vem de programas de seguridade social. Os números não são esses. Segundo o Censo do IBGE, dos 5 milhões e 175 mil estabelecimentos pesquisados, pessoas que vivem em 2 milhões e 045 mil propriedades afirmaram ter receitas complementares à produção agrícola - e destes, 47% recebem aposentadorias e pensões e 34% são beneficiários de programas como Bolsa Família. Outros 31,6% recebem salários por atividades extras prestadas à iniciativa privada.
Previdência e programas sociais: recursos justos onde devem estar. Alavancar o consumo e produzir qualidade de vida, mesmo no seio das famílias que vivem nos centros urbanos, são desafios que passam e devem mesmo passar por programas de redistribuição de renda.
O Censo comprova que a maioria desses recursos, no universo rural, está beneficiando famílias do Nordeste, onde também a chegada da energia elétrica às propriedades cresceu 41,6% entre 1996 e 2006. Aliás, em todo o Brasil, a chegada da energia elétrica no campo cresceu 29% no período.
Não há erro nisso, ao contrário. O que falta é acelerar e aprofundar as mudanças. Problema mesmo, apontado pelo Censo, é que a orientação técnica aos produtores ficou num péssimo patamar de apenas 22%, ainda assim na maioria das vezes para propriedades não familiares. Falha grave dos governos nas três esferas. Pior: quanto mais baixo o grau de instrução escolar do produtor, menor a assistência técnica.
O financiamento ainda era outro obstáculo grande segundo os números de 2006. 3 milhões e 63 mil propriedades abaixo de 100 hectares não obtiveram financiamento, sendo quase 30% deles por medo de contrair dívidas ou por entraves burocráticos.
O mais grave de todos os problemas foi revelado por manchetes no último dia 30 de setembro e, desta vez, infelizmente, com informações do próprio Censo: a concentração de terras aumentou no período de 10 anos.
Por tudo isso, reforma agrária já e fortalecimento da agricultura familiar, com garantia de assistência técnica e financiamento aos trabalhadores e trabalhadoras do campo.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT
Conheça um pouco mais da senadora: http://abocadopovo.com.br/noticia.php?id=5480

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dá série: Temos que derrubar a Dilma.




De acordo com informações do Siafi, sistema que registra receitas e despesas da União, consta viagem de Lina Vieira a São Paulo no dia 9 e 10 de outubro. A ex-secretária recebeu dinheiro (R$ 307,18) referente a uma diária e meia na capital paulista. Com isto, Lina teria viajado para São Paulo, e retornado à Brasília no dia seguinte.
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O DEMo volta à carga contra a ministra Dilma Rousseff por causa do episódio Lina Vieira. Se a pré-candidata do PT não se manifestar, o partido vai pedir explicações no Congresso.
Eu disse para vocês que, estava achando estranho, essa história da agenda ter sido encontrada em um momento em que, a ministra Dilma está ocupado espaço na imprensa. Eis a prova, e com digitais tucanas, mais uma vez.
Olha a notícia do Globo agora à noite: A oposição pretende usar a suposta aparição da agenda de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, como arma eleitoral contra a chefa da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), indica reportagem do Globo, nesta segunda-feira.
Parlamentares do DEM e do PSDB disseram no domingo que a ministra terá que se explicar sobre a suposta anotação na agenda. Os oposicionistas aproveitarão o episódio para tentar colar em Dilma um carimbo de mentirosa. São cautelosos, porém, sobre nova convocação de Lina ou da ministra.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), prometeu cobrar uma manifestação da ministra.
- Ela não pode ficar calada.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) também defendeu que o caso seja explorado pela oposição em 2010.
- Na hora em que a ministra sair da sombra do presidente Lula, a história vai ressurgir. Isso dá um bom material para a campanha - disse.
Apesar das críticas, os parlamentares admitiram que a repercussão do caso no Congresso deve ficar restrita a discursos contra a ministra.
Lina depôs em agosto na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas sua fala foi considerada frustrante pela oposição.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o caso Lina deve ser lembrado junto com outras polêmicas que envolveram Dilma, como o dossiê sobre gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a afirmação, em seu currículo, de que ela teria títulos acadêmicos, mas de fato não concluiu os cursos.

sábado, 17 de outubro de 2009

Dá série: Para quem interessa?




Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para direito à alimentação, Olivier De Schutter, afirmou nesta sexta-feira (16) que há uma tentativa de "descredibilizar" o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) no Brasil.
"Há uma estratégia para descredibilizar o Movimento dos Sem Terra. Um indicador disso é o estudo recente encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura ao Ibope que pretenderia tirar conclusões com base em nove assentamentos, dos 8.000 que há pelo país. Como professor de universidade eu não aceitaria esse tipo de porcentagem", disse.
O relator referiu-se a estudo divulgado no início desta semana pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), indicando, entre outras coisas, que 37% dos assentamentos agrários no país não produzem nada e 72,3% dos assentados não geram renda. O levantamento foi realizado de 12 a 18 de setembro deste ano, em mil domicílios, de nove Estados.
A pesquisa foi criticada pelo presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart, que considerou a amostra insuficiente para apontar a realidade dos assentamentos.
A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) classificou de "obscura" a metodologia da pesquisa. O Ibope rebateu as críticas dizendo que a amostra representa os maiores assentamentos consolidados do país, segundo a classificação do Incra.
De Schutter, que visita o Brasil esta semana a convite do governo, defendeu os trabalhadores rurais dizendo que é preciso tempo para que os assentamentos se desenvolvam. "Vi assentamentos que necessitam de meses ou até anos para conseguir desenvolver um plano de produção". "Essas pessoas precisam de apoio. As ocupações são o último recurso que encontraram", acrescentou o representante da ONU, destacando que movimentos como o MST "chamam a atenção para as muitas dificuldades que as famílias do campo sofrem".






sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A piada do dia!



Barrado no baile
do site: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
Uma notinha de três linhas, escondida, para o leitor não ler, a Folha se lamenta e denuncia o que até as pedras do Rio São Francisco já sabe; "Jornalistas sobrevoam obras em avião da FAB" Um grupo de 25 repórteres de revistas, portais de internet e TVs de Brasília viajaram para a região das obras do São Francisco a convite da Presidência na segunda-feira, retornou anteontem à capital federal e voltou ontem a Pernambuco. “Jornais impressos que cobrem diariamente Lula, como a Folha, não foram convidados”. Oh dó! Nem nessa hora, a Folha deixa de mentir. Só a Folha, não foi convidada. Se fosse, não estaria denunciando. E se fosse ilegal e escondido, o Planalto não teria convidado jornalistas.
O Planalto pôs um avião da FAB para levar 24 jornalistas aos canteiros das obras do São Francisco. A visita aos sertões de Minas, Bahia e Pernambuco visa a divulgar uma obra vistoria a obras de revitalização do rio São Francisco. O grupo transportado pela FAB inclui jornalistas do jornal Le Monde, Der Spiegel, BBC de Londres, Rede Globo, Terra Magazine e Revista Piauí, entre outros. A reportagem do Jornal O Estado de São Paulo foi convidada, mas foi a única que viajou por conta própria.

Dá série: Eles podem processar x nós não!




Abril consegue primeira condenação contra jornalista que foi condenado a pagamento de 100 salários mínimos pelo juiz Vitor Frederico Kümpel, da 27ª Vara Cível, em processo movido por Mário Sabino e pela revista Veja. No primeiro processo, de Eurípedes Alcântara, Nassif foi absolvido. Pode haver apelação nas duas sentenças. "Abril lançou contra mim os ataques mais sórdidos que uma empresa de mídia organizada já endereçou contra qualquer pessoa", diz Nassif.
Luis Nassif

Ainda não tenho os dados à mão. Mas, pelo que sou informado, fui condenado a pagamento de 100 salários mínimos pelo juiz Vitor Frederico Kümpel, da 27ª Vara Cível, em processo movido por Mário Sabino e pela revista Veja. No primeiro processo – de Eurípedes Alcântara – fui absolvido.

Pode haver apelação nas duas sentenças.
Ao longo dessa longa noite dos celerados, a Abril lançou contra mim os ataques mais sórdidos que uma empresa de mídia organizada já endereçou contra qualquer pessoa. Escalou dois parajornalistas para ataques sistemáticos, que superaram qualquer nível de razoabilidade. Atacaram a mim, à minha família, ataques à minha vida profissional, à minha vida pessoal, em um nível só comparável ao das mais obscenas comunidades do Orkut.

Não me intimidaram.
Apelaram então para a indústria das ações judiciais – a mesma que a mídia vive criticando como ameaça à liberdade de imprensa. Cinco ações – quatro em nome de jornalistas da Veja, uma em nome da Abril – todas bancadas pela Abril e tocadas pelos mesmos advogados, sob silêncio total da mídia.

Não vou entrar no mérito da sentença do juiz, nem no valor estipulado.
Mas no final do ano fui procurado por um emissário pessoal de Roberto Civita propondo um acordo: retirariam as ações em troca de eu cessar as críticas e retirar as ações e o pedido de direito de resposta. A proposta foi feita em nome da “liberdade de imprensa”. Não aceitei. Em nome da liberdade de imprensa.
Podem vencer na Justiça graças ao poder financeiro que lhes permite abrir várias ações simultaneamente. Quatro ações que percam não os afetará. Uma que eu perca me afetará financeiramente, além dos custos de defesa contra as outras quatro.
Mas no campo jornalístico, perderam para um Blog e para a extraordinária solidariedade que recebi de blogueiros que sequer conhecia, de vocês, de tantos amigos jornalistas que me procuraram pessoalmente, sabendo que qualquer demonstração pública de solidariedade colocaria em risco seus empregos. Melhor que isso, só a solidariedade que uniu minhas filhas em defesa do pai.







quarta-feira, 14 de outubro de 2009



Trabalho morto: Marx e Lênin mereceriam Nobel de Economia



Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lênin previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prêmio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente do Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise econômica. A análise é de Paul Craig Roberts.

Paul Craig Roberts (*) - Counterpunch



"O capital é trabalho morto, o qual, como um vampiro, vive apenas para sugar o trabalho vivo, e quanto mais sobreviver, mais trabalho sugará". (Karl Marx)

Se Karl Marx e V. I. Lênin hoje estivessem vivos, seriam os principais candidatos ao Prêmio Nobel de Ciência Econômica.

Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lênin previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prêmio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente do Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise econômica.

Na primeira década do século XXI não houve qualquer aumento no rendimento real dos trabalhadores americanos. Houve sim um declínio agudo na sua riqueza. No século XXI os americanos sofreram dois grandes crashes no mercado de acções e a destruição da sua riqueza imobiliária.

Alguns estudos concluíram que os rendimentos reais dos americanos, excepto para a oligarquia financeira dos super ricos, são menores hoje do que na década de 1980 e mesmo da de 1970. Não examinei estes estudos de rendimento familiar para determinar se eles foram enviesados pelo aumento nos divórcios e pela percentagem de famílias monoparentais. Contudo, durante a última década é claro que o salário líquido real declinou.

A causa principal deste declínio é a deslocalização (offshoring) de empregos americanos de alto valor acrescentado. Tanto empregos na manufatura como em serviços profissionais, tais como engenharia de software e trabalho com tecnologia de informação, foram relocalizados em países com forças de trabalho grandes e baratas.

A aniquilação de empregos classe média foi disfarçada pelo crescimento na dívida do consumidor. Quando os rendimentos dos norteamericanos cessaram de crescer, a dívida do consumidor expandiu-se para substituir o crescimento do rendimento e manter a procura do consumir em ascensão. Ao contrário de aumentos nos rendimentos do consumidor devidos ao crescimento da produtividade, há um limite para a expansão do endividamento. Quando aquele limite é atingido, a economia cessa de crescer.

A pauperização dos trabalhadores não resultou do agravamento de crises de super-produção de bens e serviços mas sim do poder do capital financeiro para forçar a relocalização da produção para mercados internos em terras estrangeiras. As pressões da Wall Street, incluindo pressões de tomadas de controle (takeovers), forçaram firmas manufatureiras americanas a "aumentar os rendimentos dos acionistas". Isto foi feito pela substituição de trabalho americano por trabalho barato estrangeiro.

Corporações deslocalizadas ou que passam a encomendar fora a sua produção manufactureira, divorciando portanto os rendimentos dos americanos da produção dos bens que eles consomem. O passo seguinte no processo aproveitou-se da alta velocidade da Internet para mover empregos em serviços profissionais, tais como engenharia, para fora. O terceiro passo foi substituir o resto da força de trabalho interna por estrangeiros trazidos para cá a um terço do salário com o H-1B [1] , L-1 [2] e outros vistos de trabalho.

Este processo pelo qual o capital financeiro destruiu as perspectivas de emprego de norteamericanos foi endossado pelo economistas do "livre mercado", os quais receberam privilégios pela deslocalização de firmas em troca da propaganda de que os americanos beneficiar-se-ia com uma "Nova Economia" baseada em serviços financeiros, e pelos seus sócios no negócio da educação, os quais justificavam vistos de trabalho para estrangeiros com base na mentira de que a América produz poucos engenheiros e cientistas.

Nos dias de Marx, a religião era o ópio das massas. Hoje são os media. Basta ver a informação dos media que facilita a capacidade da oligarquia financeira de iludir o povo.

A oligarquia financeira está a anunciar uma recuperação enquanto o desemprego nos EUA e os arrestos de lares estão em aumento. Este anúncio deve a sua credibilidade às altas posições de onde vêem, aos problemas de informação sobre folhas de pagamento que exageram o emprego e à eliminação para dentro do buraco da memória de qualquer americano desempregado durante mais de um ano.

Em 2 de Outubro o estatístico John William do http://www.shadowstats.com/ informou que o Bureau of Labor Statistics havia anunciado uma revisão da sua estimativa preliminar do indicador anual do emprego em 2009. O BLS descobriu que o emprego em 2009 fora super-declarado em cerca de um 1 milhão de postos de trabalho. John Williams acredita que a diferença foi realmente de dois milhões de postos de trabalho. Ele informa que "o modelo nascimento-morte actualmente acrescenta [um ilusório] ganho líquido de cerca de 900 mil empregos por ano à informação sobre emprego".

O número de empregos nas folhas de pagamentos não agrícolas é sempre a manchete da informação. Contudo, Williams acredita que o inquérito às famílias de desempregados é estatisticamente mais correcto do que o inquérito às folhas de pagamento. O BLS nunca foi capaz de reconciliar a diferença nos números nos dois inquéritos ao emprego. Na sexta-feira passada, o número de empregos perdidos apresentado nas manchetes era de 263 mil para o mês de Setembro. Contudo, o número no inquérito às famílias era de 785 mil empregos perdidos no mês de Setembro.

A manchete da taxa de desemprego de 9,8% é uma medida reduzida ao essencial que em grande medida subdeclara o desemprego. As agências de informação do governo sabem disto e relatam outro número de desempregados, conhecido como U-6. Esta medida do desemprego nos EUA fixava-se nos 17% em Setembro de 2009.

Quando os trabalhadores desencorajados pelo desemprego a longo prazo são acrescentados outra vez ao total dos desempregados, a taxa de desemprego em Setembro de 2009 eleva-se a 21,4%.

O desemprego de cidadãos americanos poderia realmente ser ainda mais alto. Quando a Microsoft ou alguma outra firma substitui milhares de trabalhadores americanos por estrangeiros com vistos H-1B, a Microsoft não relata um declínio de empregados na folha de pagamento. No entanto, vários milhares de americanos ficam então sem empregos. Multiplique isto pelo número de firmas dos EUA que estão apoiar-se em companhias estrangeiras fornecedoras de mão-de-obra para tecnologia de informação ("body shops") para substituir a sua força de trabalho americana com trabalho barato estrangeiro ano após ano e o resultado são centenas de milhares de desempregados americanos não relatados.
Obviamente, com mais de um quinto da força de trabalho americana desempregada e os remanescentes enterrados em hipotecas e dívidas de cartões de crédito, a recuperação económica não está no quadro. O que está acontecendo é que as centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro do TARP dado aos grandes bancos e os milhões de milhões (trillions) de dólares que foram acrescentados ao balanço da Reserva Federal foram despejados no mercado de acções, produzindo uma outra bolha, e na aquisição de bancos mais pequenos por bancos "demasiado grandes para falir". O resultado é mais concentração financeira. A expansão da dívida subjacente a esta bolha corroeu novamente a credibilidade do dólar como divisa de reserva. Quando o dólar começar a ir, tomadores de decisão em pânico elevarão as taxas de juros a fim de proteger a capacidade de contração de empréstimos do Tesouro. Quando as taxas de juros ascendem, o que resta da economia dos EUA afundará.

Se o governo não pode contrair empréstimos, ele imprimirá dinheiro para pagar as suas contas. A hiper-inflação atingirá a população norteamericana. O desemprego maciço e a inflação maciça infligirão ao povo norteamericano uma miséria que nem mesmo Marx e Lênin poderiam conceber.

Enquanto isso, economistas da América continuam fingindo que estão lidando com uma recessão normal do pós-guerra que requer meramente uma expansão da moeda e do crédito a fim de restaurar o crescimento econômico. 07/Outubro/2009



[1] H-1B: categoria de visto para não imigrantes que permite ao patronato dos EUA procurar ajuda temporária de estrangeiros qualificados que tenham bacharelado.

[2] L-1: documento de visto para entrar nos EUA como não imigrante e válido por períodos de tempo de até três anos. São geralmente concedidos para empregados de companhias internacionais com escritórios nos EUA.

[*] Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions. (PaulCraigRoberts@yahoo.com)

Este artigo (em português) encontra-se em http://resistir.info/.

sábado, 10 de outubro de 2009

A quem interessa? Já vimos esse filme.





Autoridades do governo estadual confirmaram, na tarde desta sexta-feira, que houve sabotagem nos episódios nas estações de trem da Baixada Fluminense e na Central do Brasil nos últimos dias. O laudo preliminar do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) comprova que os acontecimentos desta quinta-feira foram resultados de uma sabotagem. De acordo com o documento, o pantógrafo, que é o equipamento responsável por fazer a ligação da rede elétrica das composições, foi atingido por pedras que foram lançadas do Viaduto 31 de Março, no Centro, que fica sobre a linha férrea.
O governador Sérgio Cabral afirmou nesta tarde, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, que exige uma investigação rigorosa para identificar os responsáveis por esse crime e pela ação onde os passageiros quebraram e roubaram a bilheteria em estações da Baixada Fluminense. O delegado Eduardo Freitas, da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), não existe dúvidas no laudo do ICCE. "Pelo o que o laudo diz, não há dúvidas de que houve sabotagem", afirmou. As prioridades das investigações, que estão sob a responsabilidade da delegacia, são a identificação dos autores e a motivação da ação.

Em S. Paulo, com possível candidato, o ministro Haddad, para Lula, fraude do Enem pode ter sido sabotagem
 
 
E vamos que vamos, ainda falta um ano para a eleição...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dá série: Tem gente cortando os pulsos!

Amorim, melhor Chanceler do mundo
Nunca antes na história desse país!




O portal Vermelho chama a atenção para texto da revista americana The New Foreign Policy, que considera Celso Amorim o melhor chanceler do mundo, já que nenhum outro conseguiu “com tanta eficácia uma transformação de tal magnitude do papel internacional de seu país”.
Temos aí, amigo navegante, um problema muito sério.
Como ficarão os chanceleres de O Globo e do PiG (*)?
Celso Lafer, Luiz Felipe Lampreia, Rubens Barbosa, Marcos Azambuja e até o Farol de Alexandria, que foi Ministro das Relações Exteriores do Governo Itamar (**)e deixou marca indelével na política externa brasileira (qual, mesmo, hein?)
Como ficam esses chanceles ou wanna-be chanceleres que vão para a Globo e para o PiG (*) meter o pau no Brasil, e não abrem mão da aposentadoria que recebem do Itamaraty ?
É um problema sério.
Assistiremos a uma cerimônia coletiva de cortação de pulsos …





"Nasci na Argentina; não é um segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino e, se não se ofendem as ilustríssimas senhorias da América Latina, me sinto tão patriota da América Latina, de qualquer país da América Latina, que no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar a minha vida pela liberação de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada para ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém."
(Che Guevara)

Do site Carta Maior




"As veias da América Latina continuam abertas"
"O que eu descrevia continua sendo certo. O sistema internacional de poder faz com que a riqueza siga sendo alimentada pela pobreza alheia. Sim, as veias da América Latina ainda seguem abertas", diz Eduardo Galeano em reportagem publicada no jornal espahol El País. O escritor uruguaio recebeu semana passada, em Madri, a Medalha de Ouro do Círculo de Belas Artes. Na reportagem, ele conta que seu mestre, Juan Carlos Onetti disse-lhe algo que não esqueceu: "As únicas palavras dignas de existir são aquelas melhores que o silêncio".

Javier Rodríguez Marcos (El País) - IHU Online

Com cabeça de senador romano e consciência de tribuno da plebe, Eduardo Galeano sempre tem presente uma frase de José Martí: "Todas as glórias do mundo cabem em um grão de milho". Ele diz isso porque, na semana passada, deram-lhe, em Madri, a Medalha de Ouro do Círculo de Belas Artes. "É uma alegria, claro. Não pratico falsa humildade, mas também não me esqueço de Martí e digo a mim mesmo: ei, tranquilo, devagar pelas pedras". No dia seguinte, além disso, recebeu um prêmio da ONG Save the Children.

A reportagem é de Javier Rodríguez Marcos, publicada no jornal espanhol El País, 06-10-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto, para o IHU (Instituto Humanitas Unisinos).

Aos 69 anos, o escritor uruguaio é uma pedra no sapato dos vencedores da história, uma espécie de best-seller furtivo da esquerda. No ano passado, durante o tour espanhol de apresentação de seu último livro, "Espelhos. Uma história quase universal" (L&PM Editores, 2008), ele lotou cada salão de atos em que pisou, chegando inclusive a transbordar o Auditório de Galícia, em Santiago de Compostela, com capacidade para mil pessoas. No próximo dia 14, ele encerrará esta nova visita à Espanha com uma leitura de sua obra no Auditório Marcelino Camacho de Comisiones Obreras, em Madri.

Galeano conseguiu levantar paixões com livros sem gênero preciso, mas escritos com um estilo fragmentário e seco que ele opõe à "tradição retórico do peito estufado. Aprendi a desfrutar dizendo mais com menos", diz, em seu hotel madrileno de sempre, a um passo da Puerta del Sol. Ali, ele conta que seu mestre, Juan Carlos Onetti, "que não dava conselhos", disse-lhe algo que não esqueceu: "Como ele era bastante mentiroso, para dar prestígio a suas palavras, ele costumava dizer que eram provérbios chineses. Um dia me soltou: 'As únicas palavras dignas de existir são aquelas melhores do que o silêncio".

O autor de "Dias e noites de amor e de guerra" (L&PM Editores, 2001), briga há anos contra o silêncio. Agora, luta também contra o medo. Mais do que as eleições presidenciais que ocorrem no Uruguai no dia 25 de outubro, interessam-lhe os dois plebiscitos que ocorrerão nesse dia. Um pretende derrogar a lei que impede o castigo contra os militares da ditadura: "O Estado não pode renunciar a fazer justiça porque a impunidade estimula o delito". Há 20 anos, foi realizado um referendo com o mesmo objetivo. E com um resultado ruim. "Lançaram toneladas de bombas de medo", conta o escritor.


"Dizia-se que, se a lei fosse anulada, a violência voltaria, e as pessoas votaram assustadas".


Aquele primeiro plebiscito dos anos 80 foi promovido por uma comissão, na qual, junto com Galeano, estava Mario Benedetti. Desde a morte deste, em maio passado, seu amigo faz parte da fundação que herdou o legado do poeta para promover a literatura jovem: "Era um insólito caso de escritor generoso. O nosso grupo é uma agremiação egoísta que ocupa a jaula dos pavões reais. A cada um dói o êxito do outro. Ao Mario não". Com relação às reclamações do irmão de Benedetti, incomodado com o testamento, Galeano é diplomático: "Isso está superado. Ninguém se salva das confusões de herança".

O dinheiro misturado com as confusões leva inevitavelmente ao futebol, um assunto ao qual o escritor dedicou centenas de páginas, dentre elas as que formam um clássico da literatura desportiva: "Futebol ao sol e à sombra" (L&PM Editores, 2004). É obsceno pagar milhões de euros por um jogador? "O futebol profissional é a indústria de entretenimento mais importante do mundo. Além do mais, é um esporte que parece religião: a religião de todos os ateus. O que é preciso ter claro é que o Machado dizia: agora, qualquer ignorante confunde valor e preço".

Por outro lado, no anedotário diplomático internacional ficou gravado o fato de que Hugo Chávez presenteasse Obama com o livro mais popular (30 edições em inglês) do autor montevideano, "As veias abertas da América Latina" (Ed. Paz e Terra, 2007, na 46ª edição em português), um ensaio de 1971 que seu próprio autor descreve como "uma contra-história econômica e política com fins de divulgação de dados desconhecidos". E acrescenta: "O que eu descrevia continua sendo certo. O sistema internacional de poder faz com que a riqueza siga sendo alimentada pela pobreza alheia. Sim, as veias da América Latina ainda seguem abertas".

Galeano não acredita que presidente dos Estados Unidos tenha lido o livro. "Duvido. Foi só um gesto. Além disso, a edição era em espanhol". A eleição de Obama pareceu-lhe uma vitória contra o racismo, mas lhe decepcionou que ele aumentou o orçamento da Defesa: "Os políticos mais bem intencionados acabam presos a uma maquinaria que os devora". E o que lhe parece sua política para com a América Latina? "Ele tem boas intenções, mas há problema de treinamento. Os norte-americanos estão há um século e meio fabricando ditaduras, e, na hora de se entender com países democráticos, eles têm dificuldades. O desconcerto diante do que ocorreu em Honduras é uma amostra".

O segundo plebiscito que espera o escritor ao voltar para casa quer outorgar o voto aos uruguaios que não vivem ali, "uma quinta parte da população!". Ele mesmo teve que se exilar e sabe o que é sobreviver sem direitos: "Não tinha documentos, porque a ditadura os negava. Quando eu vivia em Barcelona, tinha que ir à polícia todos os meses. Faziam-me repetir os formulários e mudar cem vezes de guichê. No final, no campo da profissão, eu colocava: 'escritor'. E entre parênteses: 'de formulários'". Ninguém se deu conta.

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