O Wikileaks vem revelando documentos que confirmam suspeitas que sempre foram rechaçadas pelos atores envolvidos.
Em relação ao Brasil, os últimos documentos comprovam que os americanos sempre estiveram insatisfeitos com a mudança na legislação do marco regulatório do petróleo, principalmente depois que foram descobertas reservas gigantescas dos campos do pré-sal e com o favoritismo dos avios franceses Dassault Rafale, em detrimento dos americanos da Boeing, e passaram a agir para conseguir seus objetivos.
Em relação ao pré-sal, para conseguir derrubar o novo marco regulatório que transfere a maior parte do lucro conseguido com venda do petróleo extraído, das petroleiras para o povo brasileiro, a Chevron se reuniu com o candidato derrotado para presidência da República pelo PSDB, José Serra, que prometeu agir caso eleito para retornar ao modelo antigo de concessão, que garantia lucro fácil às empresas estrangeiras e nada de retorno para a população.
“Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Durante a campanha, Serra desmentiu todas as vezes que foi confrontado com essa possibilidade, afirmando que a desconfiança era fruto de calúnias do PT. Jurou que não mexeria nas regras do pré-sal na campanha e prometeu o inverso para a Chevron. Em qual Serra poderíamos acreditar? No revelado pelo Wikileaks, que bate com um passado de entreguismo dele e do seu partido, ou no Serra anti-liberal da campanha que promoveu o episódio negro da história de nossas eleições: a farsa da bolinha de papel.
No episódio da licitação dos jatos da aeronáutica, Wikileaks revelou o serviço de lobby realizado por um senador de oposição, Heráclito Fortes do DEM, em favor dos aviões americanos. Segundo autoridades americanas, Heráclito é um “defensor” da licitação da Boeing.
Heráclito já era conhecido por representar no senado a defesa do banqueiro Daniel Dantas, recentemente condenado a dez anos por tentar subornar um delegado de polícia mas teve a condenação cancelada pela parte corrompida do judiciário que o banqueiro possui grande influência. O senador usava jatinhos do banqueiro para fazer seus deslocamentos até a sua prisão.
Esses dois casos refletem bem a forma serviçal e obscura com que tucanos e democratas mantém relações com governos e empresas americanas. Quando essas questões foram levantadas por Dilma e o PT nas eleições, cheguei a ler dezenas de editoriais e colunas condenando o terrorismo eleitoral, que não era nada daquilo que o PT estava insinuando, quando na verdade as preocupações eram legítimas e com fundamentos, e agora os documentos revelados provam de forma incontestável, porque nesses casos especiais os documentos não se tratam de divagações diplomáticas como em outros revelados, mas de relato de fatos.
Estou cada vez mais convencido que a vitória das eleições desse ano foi fundamental para o povo brasileiro, talvez mais que outras anteriores pelo simples fato que dessa vez selamos o destino da maior riqueza material já descoberta desse país, ou demos um passo gigantesco para selar.
Do blog do LEN
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