sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Brizola Neto, deputado federal pelo PDT-RJ, lança o aviso: "prestem atenção nas Malvinas, diz respeito ao Brasil".






Depois da reativação da Quarta Frota dos EUA (voltada para o sul), o decadente imperialismo britânico também parece deslocar seus olhos para bem perto de nós. A turma da rainha quer tirar petróleo das ilhas Malvinas.

Brizola lembra que a extração de petróleo ali parece anti-econômica. Não seria uma operação empesarial, mas uma operação de cunho geo-político. Eles querem ficar mais próximos do nosso pré-sal. E, com as bases, devem vir os navios de guerra. "Do ponto de vista militar é muitíssimo pior do que as bases americanas na Colômbia", diz o deputado.

Confira o texto publicado no Tijolaço, o blog do Brizola  http://www.tijolaco.com/?p=9376

Esta aí na foto é a plataforma de exploração Ocean Guardian – que não se perca pelo nome - que está sendo rebocada e chega até o final do mês às Ilhas Malvinas. É a primeira das plataformas enviadas para retirar petróleo ao largo das Ilhas Malvinas. Serão perfurados oito poços exploratórios.

Qualquer pessoa com conhecimentos básicos de logística de petróleo sabe que esta operação custará uma fortuna de centenas de milhões de dólares. Não existe base de terra minimamente próximas para essas plataformas, o que aumenta de forma gigantesca os seus custos. Cada equipamento e cada trabalhador terá ser trazido de milhares de quilômetros de distância e nem mesmo aeroporto capaz de suportar vôos intercontinentais há na ilha, onde a maior pista é de 900 metros, 400 metros menor que a do nosso Santos Dumont. Fala-se em trazer materiais construir uma cidade para os trabalhadores. Da Inglaterra às Malvinas a distância é de mais de 12 mil quilômetros, em linha reta. Evitando as águas territoriais brasileiras, mais de 16 mil quilômetros.

Logo, um investimento desta monta não é feito senão com indícios de uma grande quantidade de óleo, que o torne economicamente viável e lucrativo para as empresas petroleiras.

E se há petróleo em quantidade, haverá, tão certo como dois e dois são quatro, proteção militar a esta riqueza. Ou alguém acha que os ingleses vão deixar torres, terminais e navios ao alcance da aviação argentina em meia hora de vôo, sem proteção bélica?

E aí, meus amigos, estaremos diante de um dos maiores pesadelos militares que possamos ter: uma base militar aeronaval no Atlântico Sul, a pouco mais de três mil quilômetros – alcance de aviões de caça – de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Sem falar na região do pré-sal. Do ponto de vista militar é muitíssimo pior do que as bases americanas na Colômbia.

O Brasil precisa entrar já nesta questão, diplomaticamente, antes que o impasse entre Londres e Buenos Aires se agrave mais ainda. Para começar, deixando claro que não aceitará a implantação de qualquer base militar extra-continental no Atlântico Sul. Não podemos tolerar a militarização de nossas vizinhanças e nem pretender sacrificar o povo brasileiro sendo obrigado a organizar defesas correspondentes a elas.

Esta história de petróleo nas Malvinas, eu venho dizendo aqui, se confirmada, vai ser um dos maiores impasses diplomáticos e militares que o nosso país terá de enfrentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação.

Twitter