Publicado por luisnassif, seg, 08/08/2011 - 09:49
Na Reuters, Petter Apps, Analista de Risco Político, assina uma bela reportagem em que sustenta que aparentemente os Estados-Nação perderam o controle da globalização.
Bate na mesma tecla da Coluna Econômica.
No curto prazo, os políticos se tornam impotentes diante da rápida evolução dos mercados – minando sua autoridade e ampliando a agitação social.
No longo prazo, há o o risco de que o mundo repita os erros dos anos 1930 e recue para o protecionismo e polarização política. É essa a opinião de Celina Realuyo, professora assistente de assuntos de segurança nacional do National Defense University EUA, em Washington DC.
Assim como na opinião pública nacional, houve uma explosão de novos temas na opinião pública mundial e múltiplos centros de interesse, seja na mudança climática, sistema financeiro global, cyber segurança. "Não está claro como o Estado-Nação tradicional poderá avançar em todos esses temas, muito menos o que poderia ser um consenso global", diz ela.
Não apenas o sistema financeiro, como a Internet e até mesmo a questão dos recursos naturais avançaram muito além das formas efetivas de controle estatal.
No caso dos mercados, a tecnologia e a desregulamentação permitem que a informação e os ativos financeiros sejam transferidos em todo o mundo muito mais rapidamente do que antes.
Cria-se um impasse. Nos Estados Unidos e na Europa, crescem os grupos de ultradireita, incluindo o Tea Party, eurocéticos e forças nacionalistas. À esquerda, crescem as pressões para maior controle sobre mercados e os capitais. Desde o ano passado, as desvalorizações cambiais competitivas se tornaram fontes de preocupação, com cada país querendo aumentar suas exportações.
No ciberespaço, há preocupações de ataques a computadores poderosos podendo eventualmente desencadear uma guerra.
Controles impossíveis
O analista diz ser impossível pensar em controles. Muitas áreas da economia global se tornaram efetivamente "espaço sem governo" na qual saltaram entusiasticamente uma série de atores – de criminosos a empresas internacionais.
Dinheiro é movimentado, até fábricas são transportadas de um país a outro, de jurisdição para jurisdição, atrás de baixos salários, para evitar tributação.
Alguns grupos propõem novos controles, diz a professora. Mas muitas das crises atuais do sistema são o resultado de tentativas de controle.
Outra fonte ouvida, Charles Robertson, economista-chefe do banco britânico russo Renaissance Capital, sustenta que sem controle de capitais em massa, os países não conseguirão segurar a crise. E o conselho vale não apenas para os países em crise como para as novas potências emergentes.
Simon Derrick, diretor de câmbio do Banco of New York Mellon afirma que em muitos alugares a atividade econômica foi impulsionada por forças que eram inerentemente não-sustentáveis. Durante muito tempo foram garantidas pelos gastos do governo dos EUA, inclusive com guerras onerosas, sendo financiado por economias emergentes, especialmente a China, graças a um dólar irrealisticamente apreciado.
Para muitos, a única esperança de curto prazo é a China. "O domínio de sua economia pelo Estado criou o maior buffer de curto prazo para a instabilidade no mundo em desenvolvimento mas é, de longe, o mais insustentável e volátil cenário de longo prazo:, escreveu Ian Bremmer, presidente da consultoria de risco político Eurasia Group.
Na Reuters, Petter Apps, Analista de Risco Político, assina uma bela reportagem em que sustenta que aparentemente os Estados-Nação perderam o controle da globalização.
Bate na mesma tecla da Coluna Econômica.
No curto prazo, os políticos se tornam impotentes diante da rápida evolução dos mercados – minando sua autoridade e ampliando a agitação social.
No longo prazo, há o o risco de que o mundo repita os erros dos anos 1930 e recue para o protecionismo e polarização política. É essa a opinião de Celina Realuyo, professora assistente de assuntos de segurança nacional do National Defense University EUA, em Washington DC.
Assim como na opinião pública nacional, houve uma explosão de novos temas na opinião pública mundial e múltiplos centros de interesse, seja na mudança climática, sistema financeiro global, cyber segurança. "Não está claro como o Estado-Nação tradicional poderá avançar em todos esses temas, muito menos o que poderia ser um consenso global", diz ela.
Não apenas o sistema financeiro, como a Internet e até mesmo a questão dos recursos naturais avançaram muito além das formas efetivas de controle estatal.
No caso dos mercados, a tecnologia e a desregulamentação permitem que a informação e os ativos financeiros sejam transferidos em todo o mundo muito mais rapidamente do que antes.
Cria-se um impasse. Nos Estados Unidos e na Europa, crescem os grupos de ultradireita, incluindo o Tea Party, eurocéticos e forças nacionalistas. À esquerda, crescem as pressões para maior controle sobre mercados e os capitais. Desde o ano passado, as desvalorizações cambiais competitivas se tornaram fontes de preocupação, com cada país querendo aumentar suas exportações.
No ciberespaço, há preocupações de ataques a computadores poderosos podendo eventualmente desencadear uma guerra.
Controles impossíveis
O analista diz ser impossível pensar em controles. Muitas áreas da economia global se tornaram efetivamente "espaço sem governo" na qual saltaram entusiasticamente uma série de atores – de criminosos a empresas internacionais.
Dinheiro é movimentado, até fábricas são transportadas de um país a outro, de jurisdição para jurisdição, atrás de baixos salários, para evitar tributação.
Alguns grupos propõem novos controles, diz a professora. Mas muitas das crises atuais do sistema são o resultado de tentativas de controle.
Outra fonte ouvida, Charles Robertson, economista-chefe do banco britânico russo Renaissance Capital, sustenta que sem controle de capitais em massa, os países não conseguirão segurar a crise. E o conselho vale não apenas para os países em crise como para as novas potências emergentes.
Simon Derrick, diretor de câmbio do Banco of New York Mellon afirma que em muitos alugares a atividade econômica foi impulsionada por forças que eram inerentemente não-sustentáveis. Durante muito tempo foram garantidas pelos gastos do governo dos EUA, inclusive com guerras onerosas, sendo financiado por economias emergentes, especialmente a China, graças a um dólar irrealisticamente apreciado.
Para muitos, a única esperança de curto prazo é a China. "O domínio de sua economia pelo Estado criou o maior buffer de curto prazo para a instabilidade no mundo em desenvolvimento mas é, de longe, o mais insustentável e volátil cenário de longo prazo:, escreveu Ian Bremmer, presidente da consultoria de risco político Eurasia Group.
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