Ontem alguém no meu trabalho me perguntou: – E aí, ainda vai votar na Dilma?
Eu apenas respondi que sim. E a pessoa retrucou: – Sem comentários.
Eu apenas respondi que sim. E a pessoa retrucou: – Sem comentários.
Oras, no meu trabalho há uma
pessoa fazendo estágio. Ela tem 45 anos de idade, é mulher, é negra, é
pobre. Mora em uma favela, e está cursando Direito em faculdade
particular. Direito, curso que há pouco tempo apenas ricos cursavam.
Qual governo proporcionou isso?
Essa estagiária é a minha razão de continuar votando na Dilma, no Lula, no PT. E sentir orgulho.
Detalhe: essa estagiária, quando
há concursos, ela pega a caixa de isopor e vai para a porta das
faculdades vender água, refrigerante, suco e cerveja.
Ela me contou que em uma ocasião
recente um advogado se aproximou e disse-lhe: – Você cursa Direito e não
tem vergonha de estar aqui vendendo cerveja?
Tal como a mim, ela também respondeu apenas com uma palavra: – Não.
São pessoas, como esse advogado (e
não por ser advogado) que a questionou, que geralmente não gostam do
PT. Porque sentem desconforto em ver uma negra, pobre, moradora da
favela, vendedora de refrigerante, dividindo a mesma faculdade.
Não tenho disposição e não perco
tempo em explicar minhas razões de votar na Dilma para pessoas
hipnotizadas pela imprensa que acreditam que as prisões de José Dirceu e
José Genoíno significam o máximo da justiça no cambate à corrupção.
Não. Observo casos concretos ao meu redor, no meu dia a dia.
O governo federal do PT pode ter o
defeito que for, mas foi o que mais se aproximou de um ideal de justiça
social. Não há nenhum outro que se iguale ou supere o PT nesse quesito.
O Aécio Neves por exemplo, já anda
dizendo que se eleito adotará medida impopulares. E o guru dele declara
que o salário mínimo está muito alto.