INAUGURADO E FUNCIONANDO, O HOSPITAL REGIONAL DO SUBÚRBIO, MAIS UM PASSO NA REVOLUÇÃO PROFUNDA NA SAUDE PÚBLICA BAIANA.
“Hospital do Subúrbio começa a atender hoje, com 134 leitos
Lucy Andrade
Cerca de um milhão de pessoas da periferia de Salvador e adjacências, contam a partir de hoje com o Hospital do Subúrbio (HS), inaugurado ontem com 50% da sua capacidade – dos 268 leitos, apenas 134 estarão funcionando.
O prazo máximo para o HS estar totalmente funcionando é de 180 dias. A unidade será a primeira a contar com um heliporto e atendimento cardiovascular 24 horas. O novo hospital irá desafogar o Hospital Geral do Estado (HGE), até agora a unidade de grande porte para atendimento de urgência e emergência em Salvador.
A solenidade de inauguração contou com a presença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, secretários do Governo da Bahia, entre eles, o secretário da Saúde, Jorge Solla; da Casa Civil, Eva Chiavon; da Segurança Pública, César Nunes, e do Turismo, Antônio Carlos Tramm. Estiveram presentes também o chefe de gabinete do governador, Fernando Schmidt, a primeira dama, Fátima Mendonça, e líderes comunitários da região do subúrbio.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que o Hospital do Subúrbio será referência em atendimento público no País, com a mesma estrutura de alguns hospitais particulares. “O HS oferecerá assistência médica com qualidade, e é uma nova relação no conceito de SUS; um hospital moderno e sofisticado, que irá beneficiar mais de um milhão de pessoas.”.
MAIS VAGAS – O investimento foi em torno de R$ 42 milhões, através de uma PPP – Parceria Público-Privada com o consórcio Prodal Saúde S.A, que irá administrar o hospital. De acordo com o secretário de Saúde, Jorge Solla, essa parceria reduz os custos para o Estado. “É um novo modelo de administração, implantado pela primeira vez na Bahia. A Prodal é responsável em equipar, contratar funcionários, assegurar mais rapidez no atendimento e na qualidade. Será a gestora por dez anos”, disse.
O secretário Jorge Solla também enfatizou que este será um hospital focado na prevenção, através de exames mais avançados, como tomografia, ressonância magnética e endoscopia. “A população contará com uma unidade de bioimagem, onde o paciente poderá fazer todos os exames, desde raios-X até a ressonância. É um novo conceito de atendimento público, com equipamentos de última geração”.
Se comparado com o HGE, até então, um dos maiores e mais procurados para atendimento de urgência e emergência, a nova unidade hospitalar terá maior capacidade, pois poderá internar 268 pessoas, enquanto o HGE tem vagas apenas para 160 pacientes. Além disso, também é mais equipado e conta com 220 médicos, 120 enfermeiros, 502 técnicos em enfermagem, um total de 1.540 funcionários, uma média de 5 funcionários por leito.
O Hospital do Subúrbio atenderá casos de urgência e emergência clínica, cirúrgica e traumato-ortopédica, unidade semi-intensiva e UTI. Vale ressaltar que os casos de obstetricia e neonatologia não serão atendidos no HS, os pacientes devem encaminhar-se para o Hospital João Batista Caribé, que, conforme o secretário de Saúde, será modificado para atendimento exclusivo em obstetrícia.
“Depois que o HS estiver totalmente em atendimento, o governo irá adequar o Batista de Caribé para atender exclusivamente obstetrícia e neonatologia, o projeto é retirar o atendimento de urgência e emergência. Algumas modificações já estão sendo realizadas”, ressaltou.
População festeja a nova unidade
A população dos bairros de Valéria, Cajazeiras, Castelo Branco e Pau da Lima não irão mais precisar se locomover para o HGE. Por estar localizado em uma área estratégica, no subúrbio, mais próximo da BR-324, irá facilitar o atendimento de pacientes dos municípios da Região Metropolitana de Salvador.
O pedreiro Carlos Nascimento, 47, participou da inauguração do hospital, e, emocionado, vestiu a camisa de operário e colocou o capacete, já caracterizado, falando orgulhoso da sua participação na construção da unidade. “Glória a Deus, até que enfim alguém lembrou da periferia, somos um povo abandonado. Estou muito feliz de ter ajudado a levantar esse hospital, estou realizado, é maravilhoso ver o nosso trabalho.
Estou orgulhoso de ter ajudado a colocar tijolo por tijolo. Além da felicidade de ter um hospital na nossa comunidade, estou agradecido pela oportunidade de trabalho, estava desempregado e passando necessidades, mas com fé e força consegui essa vaga. Os meus filhos e futuros netos terão orgulho de saber que eu participei da construção desse hospital”, discursou emocionado o pedreiro.
Para os moradores, o barulho das máquinas por quase dois anos foi recompensado. “Era uma zoada, que ninguém dormia, mas essa era a certeza de que as obras estavam caminhando, por isso nem reclamávamos. Moro há 20 anos aqui, em Paripe, e era muito sofrimento atravessar a cidade para ir ao HGE. Agora estamos mais confiantes com um hospital perto de casa”, disse a dona de casa, Adelaide de Jesus Santos.
Linhas alteradas – Por conta do hospital, cinco linhas de ônibus tiveram seu itinerário estendido para atender a pacientes e funcionários. Os chamados “amarelinhos” já estão funcionando desde sexta-feira.
As linhas que estenderam sua operação foram: I001- Base Naval-Paripe (Via São Thomé de Paripe); I004- Mirante de Periperi- Paripe; I005- Lagoa da Paixão- Paripe; I006- Mirantes de Periperi-Alto de Coutos (Via Ambrosina); I007-Alto de Coutos-Vista Alegre.”
Antonio do Carmo
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