segunda-feira, 23 de novembro de 2009








Na Folha, o governador José Serra deixa de lado qualquer veleidade de analisar a diplomacia brasileira de forma mais ampla e endereça um duro ataque ao fato do país receber um integrante do “eixo do mal” e um governante que ignora o holocausto.

Serra é suficientemente preparado e pragmático para entender que a tática de aproximação com o Irã é uma maneira de tentar conter seu radicalismo, de manter as portas abertas com o Ocidente. Aliás, o próprio Barack Obama, em conversa com Lula, entendeu isso, segundo cobertura da própria mídia brasileira.

Qual a razão, então? Simples: ao lado de Delfim, Serra sempre foi o político mais apoiado pela colônia israelita, especialmente a que se reúne na poderosa sinagoga nas imediações da Consolação.

Há muito tema mais sofisticado para levantar, muita loa legítima que pode ser feita aos valores dos judeus. Um chamamento à paz no Oriente Médio, por exemplo. Um artigo objetivo sobre o direito de Israel à existência e uma defesa da coexistência com os palestinos. Mas o novo Serra continua em pânico quanto a qualquer dividida. Defender teses próximos aos judeus liberais poderia descontentar os conservadores. Defender teses dos conservadores, poderia descontentar os liberais.

Então, pau na visita do presidente do Irã, que contenta a todos, mesmo à custa do empobrecimento da análise política.




Um comentário:

  1. Orlando Azevedo / São Paulo - SP25 novembro, 2009

    Grande estadista esse nosso Presidente. Vou mudar a linha de governo para quê? A turma do DEMo/PSDB, só faz criticar e ficam querendo enganar o povo brasileiro. Em tempo: Minha São Paulo esta completamente as moscas, com esses propagandistas que só fazem criticar e nada apresentam.

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