Mantido o cenário atual da sucessão presidencial, Dilma Rousseff (PT) teria uma vitória mais ampla que a de seu padrinho teve há quatro anos. Não apenas em quantidade e proporção de votos, mas também geograficamente. Segundo o Ibope, ela lidera sozinha em 21 unidades da Federação, e está tecnicamente empatada com José Serra (PSDB) nas outras seis.
No primeiro turno de 2006, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o mais votado em 16 Estados, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) venceu em 10 e no Distrito Federal. Lula obteve 48,6% dos votos válidos e precisou disputar o segundo turno. Dilma aparece, no fim de agosto, com 59% dos votos válidos, segundo o Ibope.
O mapa do desempenho dos candidatos a presidente nas UFs foi desenhado a partir da consolidação das mais recentes pesquisas estaduais do Ibope que foram divulgadas. Todas foram realizadas em agosto, mas em datas diferentes. A maior parte foi feita depois do dia 20 de agosto.
Dilma supera Serra em quatro Estados onde Alckmin bateu Lula em 2006: em Rondônia, Roraima, Goiás e São Paulo. Além disso, também ganha do tucano no Distrito Federal.
Os seis lugares onde petista e tucano estão tecnicamente empatados são todos Estados onde Lula teve menos votos que o adversário no primeiro turno de quatro anos atrás: Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Como Lula em 2006, Dilma lidera em todo o Nordeste. Mas a intensidade atual da liderança da petista é maior do que a vantagem obtida por Lula em 2006 em quase todos os Estados nordestinos, com exceção do Ceará. A pesquisa cearense é mais antiga que a dos outros Estados: foi concluída em 1º de agosto.
Em Alagoas, por exemplo, o presidente teve 47% dos votos válidos no primeiro turno de 2006, enquanto Dilma aparece com 69% dos votos válidos no Ibope. Em Sergipe ele teve 47%, e ela chega a 65%.
Tanta vantagem em tantos Estados é o principal motivo de uma possível vitória de Dilma ainda no primeiro turno. Nas 20 UFs onde ela tem maioria absoluta dos votos válidos, Dilma abre uma diferença de 18 pontos porcentuais sobre a soma de Serra e Marina Silva (PV).
Se incluirmos São Paulo na conta, a 21ª UF onde Dilma bate Serra, a diferença cai para 17 pontos, porque ela lidera entre os paulistas, mas não tem maioria absoluta (tem 48% dos votos válidos).
Como a diferença é menor, ou mesmo negativa, nos outros seis Estados, a vantagem nacional de Dilma cai para 9 pontos porcentuais.
A mais recente rodada de pesquisas do Ibope na região Norte mostra que Dilma ampliou sua vantagem nos Estados da região. Ela virou em Rondônia, em Roraima e aumentou sua diferença no Amazonas, onde tem o melhor desempenho em todo o país: 78% dos votos válidos. Foi lá também que Lula teve sua vitória mais ampla em 2006.
Boa parte do crescimento da petista na região Norte se deu à custa de eleitores que antes declaravam voto em Marina Silva, originária da região. No Acre, por exemplo, a disputa mudou de um empate técnico entre a candidata do PV e Serra, para um empate entre Dilma e o tucano.
Com exceção do Acre, os Estados onde há empate técnico entre Dilma e Serra são do Sul do País, ou sofreram forte influência imigratória dessa região, como são os casos de Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
A comparação das duas últimas rodadas do Ibope nesses Estados mostra que Dilma diminuiu a vantagem de Serra, e chegou ao empate. Isso também dificulta a tarefa do tucano de manter um reduto eleitoral que possa lhe garantir levar a eleição para o segundo turno.
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